É certo que desde a criação da SEMA, se tenta criar uma cultura administrativa diferentemente daquela que era aplicada pelo IBAMA para a gestão ambiental em Mato Grosso. Concordamos com o atual Secretário de Meio Ambiente, que existem muitos avanços que foram conquistados, tanto na esfera administrativa com um número significativo de novos funcionários lotados na SGF, como na esfera institucional onde o Estado conseguiu debelar os altos índices de desmatamento ilegal, incentivando a aprovação de novos Planos de Manejo com rendimento sustentado, para reorganizar a cadeia produtiva do setor de base florestal.
Os números da movimentação global do setor florestal, podem ser facilmente consultados através do site da SEMA, numa clara demonstração da transparência que foi adotada e disponibilizada para todos os setores da sociedade, de forma rápida e eficiente. Apesar de todos os avanços, a antiga administração foi marcada pela arrogância monossilábica, com o responsável pela alta gestão se esquivando de lutar pela implantação de um plano de cargos e salários, que fosse compatível com as responsabilidades dos funcionários que estão lotados na SEMA.
Quem não lembra das paralizações e da tentativa de greve que foram duramente reprimidas, numa clara demonstração de que algo precisava ser revisto. Houve ainda o aumento significativo de nomeações de cargos de "confiança", numa clara demonstração de acomodamento político, para atender os parlamentares da base governista, que apontaram vários desvios administrativos com a criação da CPI da SEMA em julho de 2007. Apesar da sua qualidade esse relatório foi relegado ao esquecimento, pois a cota de nomeações partidárias continuou sem qualquer enfrentamento.
Isto posto, cabe agora dar o nosso voto de confiança ao novo Secretário Adjunto Engº florestal Julio César Bachega, que assume a Secretaria num momento delicado com mais uma operação da Polícia Federal/Ministério Público Federal, acusando funcionários da antiga e dessa administração, de terem colaborado com graves desvios administrativos, que causaram exorbitantes danos ambientais em todo o nosso Estado.
Como essas operações são cobertas pela imprensa em tempo real,muito pré julgamentos são feitos, destruindo biografias e expondo as entranhas de todos os envolvidos, sem garantir o direito constitucional do contraditório.
Acreditamos que o Secretário que ora assume, deva eleger como uma das suas prioridades a apuração rigorosa das irregularidades apontadas pelo MPF, trazendo a público os seus resultados, para que os possíveis responsáveis possam ser levados a responder à Justiça e para permitir também, as devidas reparações aos que forem inocentados, com ampla divulgação na imprensa. Por fim, continue a buscar constantemente o aperfeiçoamento da gestão administrativa cominada com a legislação ambiental, que vem sendo alterada continuamente.
Desejamos muito sucesso ao engenheiro florestal Julio César Bachega pela coragem de assumir mais esse desafio e nos colocamos a disposição ( AMEF ), para trabalhar ombro a ombro nas questões técnicas-administrativas, para o aprimoramento da gestão ambiental do nosso Estado.
Amilcar Costa – engenheiro florestal e vice-presidente da AMEF