segunda-feira, 16/setembro/2024
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O governo que eu quero !

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É preciso ver nosso Estado de forma regionalizada, ter programas de desenvolvimento onde, junto com obras estruturantes, como asfalto e com programas de incentivos, conforme vocação econômica. É necessário conhecer, de fato, as carências regionais e criar programas a partir do ser humano, elencar prioridades desde a concepção de uma vida na barriga de uma mãe, construir condição básica para acesso ao pré-natal, à educação infantil, uma educação onde na primeira série já esteja alfabetizado. Faculdades regionalizadas e cursos profissionalizantes, programas sociais onde o objetivo seja evoluir as pessoas com conhecimento, capacitando para o mercado de trabalho.

Qualquer programa de Governo deve levar como critério básico os que mais precisam da presença do Estado. Não é possível, em pleno século 21, ver pessoas trafegarem em estrada de terra, percorrendo duzentos quilômetros ou mais, para ter acesso a um raio-x, ou um engessamento num braço quebrado. Não é possível, Mato Grosso continuar importando de outros estados mais de noventa por cento do hortifrutigranjeiro. Quero comer alface, tomate, banana, laranja e outras coisas produzidas em meu Estado! Milhares de pequenos e médios produtores não têm presença de Governo para o incentivo de produção dos alimentos que consumimos todos os dias.

Para se ter uma idéia, um grande produtor tem acesso a financiamentos com juros de até 5% ao ano, com valores que resolvem em 100% seu plantio, enquanto o pequeno tem dificuldades de garantias para emprestar cinco mil reais, valor que não atende sua necessidade, e quando se busca valores mais altos os juros são impraticáveis, chegando a 20% ao ano. Na mesma toada é com comercio, que para conseguir um empréstimo passa por uma burocracia incomum, enquanto temos juros de 4% para aquisição de máquinas e capital de giro para a indústria, uma sorveteria, uma padaria, uma loja de roupas, um mercado, etc., os juros chegam á 20%.

A maioria dos nossos municípios é de população abaixo de trinta mil habitantes, o Governo não tem como e não precisa levar uma grande indústria para cada cidade do Mato Grosso. Para viabilizar basta incentivar e dar condições aos pequenos e médios já instalados em cada município, como por exemplo, o setor florestal, principalmente o setor madeireiro que é extremamente sacrificado e perseguido pelos Governos, porém é um dos setores que mais contribuem com impostos e geração de emprego. O empresário do setor da madeira é o mais fiscalizado do Estado, hoje, por todas as estruturas, mas também é o que mantém a economia de inúmeras cidades, assim como o setor de minério.

O Governo precisa sair da posição de algoz e se vestir verdadeiramente de Governo (que cuida de gente), pois é possível ter programas ecologicamente correto e economicamente viável, pois se existe uma desoneração para a soja, que para se plantar é necessário desmatar, porque não há incentivo para esses setores. A maioria são os pequenos, na cidade ou no campo, por isso o próximo Governo, Estadual e Federal, tem que ler as constituições e entendê-las bem, que cuidar de gente protegendo o meio ambiente é a premissa para cumprimento do papel de um governante. Fazer cada ação à partir do ser humano , não ao contrário, o produto não pode ser mais importante que gente, um  caminhão de soja não pode ser mais importante que um ônibus lotado de gente. É possível fazer sim!

O Governo que eu quero tem que temer à Deus e cuidar do seu povo, dando oportunidades não esmola. É óbvio que falta vontade e ação de Governo. Apenas como um de inúmeros exemplos, a cidade de Confresa, no Araguaia, onde existe um dos maiores assentamentos do Brasil, o consumo de alimento em quase cem por cento é trazido de Goiás. Em Confresa tem um frigorífico inativo, que foi construído com incentivo de dinheiro público onde só a prefeitura investiu, de recursos próprios, quase dois milhões sonhando com a geração de emprego. É possível Mato Grosso e o Brasil andar com muito mais velocidade! Não podemos deixar continuar aumentado a distância entre um Estado rico e um povo pobre. É preciso atitudes simples e objetivas para a soma de uma terra tão fértil com o trabalho de seu povo, tendo riqueza para todos, não apenas para alguns e para o Governo.

Nilson Leitão foi vereador, deputado Estadual e ex-prefeito de Sinop por 8 anos

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