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Composições e conjecturas políticas para 2010

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A aliança política que os deputados estaduais Percival Muniz e Otaviano Pivetta estão tentando estruturar guarda em seu ventre todos os componentes para sua própria implosão. A coalização tem seu epicentro no PSB e no neo-socialista Mauro Mendes. Juntando-se aos dois estão o PPS e PDT.

Enquanto o PPS de Roberto Freire é um dos mais agressivos e ferrenhos opositores ao governo petista, o PDT é um dos seus mais longevos e fiéis aliados. O presidente do partido, Carlos Lupi é o ministro do Trabalho de Lula. Em nível nacional o PPS deve marchar com o Democratas e PSDB na campanha presidencial do governador José Serra. O PDT deve se aliar à ministra Dilma. É difícil imaginar os dois partidos digladiando-se mortalmente na campanha presidencial na defesa de suas respectivas plataformas políticas, ao mesmo tempo que trocam amabilidades na campanha estadual. O eleitor dificilmente entenderá.

A ostensiva dificuldade que tanto o PPS quanto o PDT vislumbram para contrariar a orientação de suas direções nacionais fica explícita na postura de ambos em não filiarem Mauro Mendes em seus diretórios. Sendo Mauro Mendes um nome tão forte para a próxima campanha a governador (como eles sustentam) porque nem PDT ou PPS o filiaram em suas fileiras? A resposta é: a dificuldade que teriam em convencer os dirigentes nacionais para uma candidatura própria em Mato Grosso contrariando a aliança nacional.

É amplamente conhecida a umbilical ligação do PSB com o PT e ao governo Lula. O partido sempre foi um dos principais aliados da administração petista desde a primeira campanha. Nem nos momentos mais críticos o partido abandonou o PT e o presidente Lula. É um dos aliados mais seguros da empreitada a que se dispôs o presidente Lula para eleger a ministra Dilma como sua sucessora. A ida do ex-ministro Ciro Gomes para as suas fileiras é parte da estratégia de garantir o aliado nas próximas eleições. Os compromissos com a maior liderança do partido, o governador de Pernambuco Eduardo Campos reforçam ainda mais a parceria política.

Neste contexto, é impraticável imaginarmos que em Mato Grosso o partido se posicionará contra a aliança nacional lançando candidato próprio e fazendo enfrentamento com o PMDB, PT e PR. É muito provável que a direção nacional do partido estabeleça que o arco de aliança nacional se repita nos Estados, forçando a direção regional do partido a se aliar ao mesmo arco de aliança onde estará o PT. Nesse caso, a candidatura do vice-governador Silval Barbosa. Ademais, o PSB não tem capilaridade suficiente para sustentar uma campanha majoritária em todos os municípios de Mato Grosso.

Sem o PDT e PPS a campanha do seu candidato Mauro Mendes pode se transformar numa grotesca aventura com resultados políticos trágicos. Entre os trágicos resultados pode constar até a não reeleição do líder do partido no Estado, o deputado federal Valtenir Pereira. Afinal, ele teria de fazer praticamente sozinho todo o volume de votos que a legenda necessitará para completar o quociente eleitoral mínimo para eleger um deputado federal, fato inédito na história política de Mato Grosso. Caso o PSB persista na estratégica de lançar candidato próprio ao Governo do Estado, leia-se Mauro Mendes, corre o sério risco de ficar isolado na planície, sem o apoio do PPS e PDT, amargando sozinho as consequências dramáticas de uma aventura política.

Como a aliança DEM e PSDB não caiu no gosto popular, haja vista, que historicamente sempre foram adversários viscerais com exposição pública e ofensas inimagináveis , também corre um sério risco de um fiasco eleitoral. A gestão frente à Capital do Estado descredencia o postulante do PSDB a concorrer, seria natural comparar com a gestão estadual e aí a sociedade já deu o seu recado com mais de 90% de aprovação a gestão estadual.

Resumo da ópera: Silval Barbosa, habilidoso político que vem do interior, lá do Nortão, mais precisamente da nossa querida Matupá, onde foi prefeito, depois deputado estadual, primeiro secretário da Assembleia Legislativa de Mato Grosso, presidente do Poder Legislativo Estadual, vice-governador e a partir de abril de 2010 governador de Mato Grosso, terá naturalmente uma convergência das forças partidárias na medida em que constrói uma sólida caminhada à reeleição, onde todos são bem-vindos para uma composição de alto nível dando vez e voz a quem dela participar.

O PP de Riva e Pedro Henry, que possui extrema densidade eleitoral e sempre caminhou com a base aliada ajudando a governar Mato Grosso, criticando construtivamente quando necessário, segundo os líderes comunitários e representantes de classe com quem conversei, não vêem o PP fora desse arco, até por uma questão de coerência.

Eder Moraes é secretário de Fazenda de Mato Grosso

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