A saúde pública de Mato Grosso enfrenta graves problemas, em especial Cuiabá e Várzea Grande. As conseqüências deste momento, que a meu ver transcende a emergência, para rentear a calamidade e a catástrofe, devem ser desde já, tomadas medidas urgentes para a solução deste impasse, não através de declarações sentenciosas e eleitoreiras, mas por meio de tomadas de decisões urgentes e sérias à altura da angústia, do sofrimento e das dificuldades deste momento, que passa a nossa sociedade carente e desprovida de recursos para dar um tratamento digno a seus familiares.
Felizmente, nenhuma das autoridades de Mato Grosso, sabe o que é buscar um tratamento de urgência para nossos filhos nos postos de saúde, ou nos hospitais públicos, e não encontrar a devida assistência médica ou sequer um atendimento digno.
Isto é, para mim e para todo pai de família, uma das situações mais aterradoras que pode acontecer com um pai, ou uma mãe, ver o sofrimento de seus filhos que em seus braços, padece, sem condições financeiras para buscar o tratamento particular e sem o respaldo do poder público para minimizar este sofrimento. Isto além de um disparate, é uma vergonha, é um crime.
Precisamos verificar as reais necessidades e avaliar os riscos que tal situação se apresenta, inclusive, para a própria estabilidade social de nossa sociedade, pois a perdurar esta ocorrência, os seus reflexos vão transcender em muito os limites da estabilidade emocional, pois, se atingido duramente na sua dignidade nestes momentos de dor e sofrimento, por não encontrar tratamento para seus familiares, as conseqüências serão danosas para todos nós. Isto é fato. Isto é realidade.
A sociedade nas ruas clama por respeito, por maior compreensão e exige, quando nada, a participação decisiva do parlamento, nestes casos de gravidade, na intermediação e participação nos conflitos como é este caso. Pois, não podemos esquecer que a Assembléia Legislativa, é a única e última instancia, que pode lhes oferecer solução e auxílio nestes casos.
O momento é realmente muito grave, a Saúde de Mato Grosso pede socorro. E, neste rastro de insensatez, a custa do sofrimento de nossa população mais carente.
Como reverter esta situação no mínimo deprimente? Como inibir tão dramática subversão de valores? A solução existe, disto me convenço a cada dia, e a Assembléia, constituída de representantes do povo, tem que entrar firme nas soluções destes conflitos, temos que mostrar a sociedade que estamos sensibilizados com este momento, pois, confio plenamente no caráter cívico dos parlamentares, e com o poder nos atribuídos pelo povo, temos a capacidade e o dever de interferir, na solução deste e outros conflitos, que venha a atingir a nossa sociedade.
Não nos importa, neste momento, saber se: O médico ganha pouco e trabalha pouco. Se o médico ganha pouco e trabalha muito. Se o médico ganha muito e trabalho pouco, isto no momento não interessa, temos é que interferir para a solução deste impasse, para que seja retomado o atendimento normal de nossa população, buscando o atendimento, onde os gestores públicos paguem aos profissionais da saúde, sempre de acordo com a qualidade dos serviços prestados a nossa população. Isto sim é legal e moral.
È hora de mostrar a força do Parlamento, o Ministério está agindo, é hora de mostrar a nossa sociedade que estaremos sempre juntos na defesa de seus interesses, não podemos virar as costas para uma multidão de pessoas que procuram atendimento médico e não encontram meios para minimizar as dores e, é inconcebível que não encontre a contraprestação de seus impostos recolhidos, principalmente no caso da saúde.
Temos que divulgar a nossa sociedade os afazeres deste Parlamento, que estará sempre voltado, quase que exclusivamente, para a defesa e a promoção da dignidade humana, de nossa sociedade, caso contrário, compromete-se a nossa representatividade e legitimidade a nós confiado.
Entretanto, reitero a pergunta, o que mais almeja a nossa sociedade, principalmente a mais carente, senão a estabilidade política e social, o respeito e a prosperidade. Chegam de crises, tensões, o povo deseja apenas trabalho e a tranqüilidade e que seus direitos mais essenciais e esculpidos em nossa constituição, lhes sejam oferecidos, e formulo um apelo a todos, que participemos decisivamente nesta crise ora da saúde e, de outras que porventura, possam aparecer, sempre na preservação das garantias constitucionais e da dignidade de nossa sociedade.
Adalto de Freitas Filho é deputado estadual (PMDB)