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Raízes que se espalham

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Velho tropeiro Vicente,
que amas tuas origens. .
fibra de velhas raízes,
em solo duro e ingrato.
Teimoso remanescente
duma raça em extinção. . .
És caudilho maragato
sem armas nem munição,
peleando valentemente
na defesa deste chão!"
(Cardo Bravo, Rebeldia, poema).

Estamos em setembro, mês da primavera e como não poderia deixar de ser, mês das flores.Todo colorido nas árvores de Norte a Sul, se mistura com duas cores especiais que fincaram um marco histórico em nosso país: o vermelho e o branco, dos lenços dos maragatos e dos chimangos, no Rio Grande do Sul (a Semana Farroupilha).

Uma semana de recordações tradicionalistas sempre lembra a coragem daquele povo que lutou ferrenhamente contra as imposições do governo Imperial que esfoliava seu suor, cobrando pesados impostos da carne charqueada, da erva mate e das lãs de cordeiros do povo trabalhador que na época era o produto de maior consumo nos grandes centros.

Com coragem de leão e garras de leopardo, surge Bento Gonçalves, que junta um exército de produtores revoltados e enfrentam o governo da província Rio- Grandense,e criam uma Republica independente com o nome de Republica de Piratini ou Republica Rio-Grandense.

Foi um dos mais fortes atos patrióticos praticado pelo povo brasileiro, que jamais ficou esquecido na memória , principalmente dos gaúchos.

E esse sentimento se espalha como raízes, invadindo todo o Centro-Oeste, onde existe uma forte predominância desses nobres e corajosos homens que não escondem o orgulho de ser gaúchos, e com suas bombachas coloridas, suas prendas todas de vestidos longos e cheios de laços e fitas, comemoram com festa o dia 20 de setembro, que foi decretado feriado estadual no Rio Grande do Sul. Um evento que nos faz arrepiar, quando vemos uma enorme cavalaria, com seus peões de bombachas, chapéus, lenços (branco ou vermelho) no pescoço, e uma lapiana na guaiaca.

Com toda essa paramentaria, celebram uma missa no estilo gauchesco, que por sinal, foi autorizada pelo Vaticano, a trocar as frases tradicionais de muitos dos textos Romanos, por frases conhecidas de todos os tradicionalistas, empregando o termo Patrão das Alturas, e Peão do Senhor ao invés de Jesus e de Deus Pai.

Padre Beto, em Matupá, não escondeu sua emoção, em celebrar juntamente com o povo, essa Missa tão bonita, e lógico, como bom filosofo que é, não deixou de dar seu puxão de orelhas nos fiéis, ao lembrar que assim como aqueles valentes peões sulistas o povo precisa amar a pátria, ser mais patriota, sentir orgulho de ser brasileiro. Um sermão muito bem à altura do momento.

Explicou que temos de ter orgulho em ser um país onde o presidente surgiu da classe trabalhadora, e que consegue elevar a nação ao nível de potencia, reconhecido por muitos paises desenvolvidos. Parabéns ao povo gaúcho, e parabéns ao Mato Grosso por hospedar esses bravos tradicionalistas, que sabem respeitar e amar o Rincão em que vivem. Mesmo não sendo na Europa, de onde vieram seus antecedentes, nem do Rio Grande, onde moraram, e ainda residem muitos dos seus, mas do Mato Grosso, onde com suas prendas, seus cavalos e suas bombachas, fincaram e espalharam suas raízes.

Tiago de Lima é contabilista em Matupá

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