sexta-feira, 20/setembro/2024
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Dias de Fúria, em Cuiabá

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A ida ao trabalho ou  o retorno ao lar, todos os dias, está sendo para milhares de cuiabanos uma grande penitência. Um martírio. Uma verdadeira ação de tortura, com pitadas consistentes de sarcasmo e ironia por parte da administração do prefeito Wilson Santos que não busca, sequer, medidas pontuais, mesmo que paliativas. Não viabiliza a trafegabilidade do fluxo de veículos com os guardas municipais de trânsito – os amarelinhos . E quando age, complica mais ainda como é o caso da rotatória da discórdia, próximo do Parque Mãe Bonifácia. A  realidade remete ao memorável filme Um Dia de Furia, com Michael Douglas que – por conta de um engarrafamento – provoca um caos em Los Angeles e com a própria vida.
 
Na verdade não existe um ponto em Cuiabá onde o trânsito não esteja um verdadeiro caos. Não se sabe por onde começa, nem por onde termina. Milhares de servidores públicos, ao saírem do Palácio Paiaguás, transformam as avenidas Rubens de Mendonça, República do Libano e Miguel Sutil em um engarrafamento único. Juntam-se a eles, trabalhadores de empresas, comerciantes, estudantes, enfim, toda uma população que move a economia e os negócios da Capital.
 
Na quinta-feira, por volta de 17h00, a avenida Fernando Correa, no Coxipó, a exemplo do que ocorre todos os dias – conforme frentistas de postos de combustíveis – simplesmente estava com o tráfego parado. E nos dois sentidos. Quem buscou alternativas pelas vias laterais, entrou em labirintos por simples e culpa da incompetência do poder público municipal.
 
 Em sentido contrário, em direção ao centro, o problema se repetia e generalizava entre a Praça dos Motoristas (próximo da Churrascaria Gaúcha) e a avenida da Prainha. Quem sonhava com uma solução enganou-se redondamente: A Av. Rubens de Mendonça estava também engessada. Ou seja, um pandemônio total o trânsito da Capital, onde o prefeito de segundo mandado já ocupou secretarias estratégicas, já foi deputado federal e foi um exímio professor.
 
Ao que se observa, a prefeitura (o prefeito, seus secretários…) não sabem, ou desconhecem, que existem mapas, o próprio google pode auxiliar na busca de alternativas para amenizar, ou quem sabe solucionar o problema do caos traumático do trânsito cuiabano.
 
Na rotatória da discórdia próximo ao Mãe Bonifácia, foi feita uma sugestão ao titular da Secretaria de Trânsito e Urbanismo, Edivá Alves, para que – ao invés de manter-se a rotula, buscasse então o seu alongamento, fazendo com que, os veículos no sentido Rodoviária/Santa Rosa, tivessem acesso direto à avenida Filinto Muller, ao lado do Banco do Brasil. O que ocorre hoje, é que milhares de carros entram na rua Afonso Pena (ao lado dos dois postos de combustíveis) e em seguida, viram à direita e seguem pela Filinto Muller. Portanto, nada mais racional que fazer com que o acesso fosse direto e, então, eliminaria-se a rotatória que já custou quase R$ 200 mil para o povo cuiabano. Há de se falar, ainda, na avenida Estevão de Mendonça, e na São Sebastião que (pasmem!!!!) não tem fim. Termina no nada, num morro, que não orienta o motorista o acesso a importante Miguel Sutil.
 
Não longe dali, está o viaduto da rodoviária. O engarrafamento da avenida Marechal Deodoro às vezes começa na avenida Mato Grosso e vai até a avenida República do Libano, já que um grande fluxo de carros da Av. do CPA desce pela rua Poxoréo e simplesmente causa uma anarquia na rotatória em frente a rodoviária. Uma solução, prática, barata, mesmo que paliativa, seria desviar estes veículos pela rua atrás da rodoviária, tendo acesso a avenida Miguel Sutil. Há também como aproveitar o segundo viaduto da rodoviária – já no bairro Alvorada para que os carros tivessem acesso direto à pista com sentido ao centro. Custo da obra: menos que a rotatória da discórdia.
 
Infelizmente esta é a realidade do caos do trânsito de Cuiabá, cujos problemas afetam o cruzamento da Prainha com Isaac Povoas, da General Melo com  Miguel Sutil e Carmindo de Campos., onde milhares de universitários se dirigem para a Unic, Unirondon e Univag.
 
Lamentavelmente a Capital da Copa não pode esperar os recursos prometidos para resolver os problemas do trânsito. Há uma avenida 8 de Abril esquecida, abandonada. Há uma viabilidade  entre o Bairro Consil e Araés, no também abandonado córrego da Prainha; Parte do trânsito da Coronel Escolástico não precisaria desembocar na Prainha, pois há como opção o bairro Lixeira. Falta interação no setor de trânsito da capital, falta comunicação, falta responsabilidade, falta respeito ao cidadão cuiabano que enfrenta as ruas sob um calor de 40 graus. Quem sabe um voo de helicoptero, Wilson, nos horários de pico que é das 7 às 19hs?
 
Toda essa situação nos conduz a Dias de Fúrias, transformando-nos em Willian Foster (papel  de Michael Douglas) que, preso num engarrafamento estúpido numa das áreas mais congestionadas de Los Angeles tem uma espécie de colapso nervoso devido ao calor e ao estresse e abandona seu carro na pista mesmo, levando consigo apenas sua maleta e dizendo que está simplesmente "indo para casa".  O filme Um Dia de Fúria – como dizem os críticos – é um exercício interessantíssimo sobre uma realidade que muitas vezes se torna caótica para quem nela se vê irremediavelmente preso. O que em Cuiabá é bem mais crítico.
 
Alberto Romeu Pereira é jornalista e levou 1h15 entre o Coxipó e a Rodoviária de Cuiabá por conta do labirinto do trânsito da capital do prefeito Wilson Santos.

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