Atenção é a palavra chave que deve ser examinada no presente momento "histórico nacional". O afastamento do presidente da OAB/MT é histórico, negativo e aumenta nossa preocupação. Não se pode conceber que um Juiz Federal, venha interferir na administração da classe dos advogados, afastando o presidente da Ordem dos Advogados do Brasil, liminarmente. A decisão somente poderia vir de uma mente insana.
Os pilares do Estado democrático de direito foram destruídos com a decisão de afastamento do presidente Faiad.A liberdade foi colada em xeque. Esse é o momento, para que a Ordem dos Advogados do Brasil tome uma posição firme, enérgica, e conduza a sociedade para dar um grito de basta aos desmandos da Justiça Federal na pessoa do Juiz Julier.
Faço minhas as palavras do presidente Faiad: Não posso acreditar que esse juiz federal, conhecido por equívocos, tenha tomado essa decisão. Seu ato revela um viés claro de ditador, totalitário e anti-democratico. Mostra revanchismo.
Esse é o momento de levantarmos um culto à liberdade e ao respeito aos primados constitucionais, que nos dias de hoje são maculados com estranha freqüência.
A Ordem dos Advogados do Brasil jamais poderá cessar a sua contínua luta pelo aperfeiçoamento das instituições. Entre as finalidades legais da Ordem dos Advogados do Brasil estão a defesa da Constituição e da Ordem Jurídica do Estado Democrático de Direito, dos Direitos Humanos, da Justiça Social e, especialmente, a luta pela boa aplicação das leis, pela rápida administração da Justiça.
A decisão do Juiz Julier, é uma vergonha para a Nação Brasileira.
Desrespeita o Estado Democrático de Direito e a liberdade.
Por fim, é interessante fazer a leitura do poema de "Paul Éluard".
Nos meus cadernos de escola
Na minha mesa e nas árvores
Na areia e na neve
Escrevo o teu nome
Em todas as páginas lidas
Em todas as páginas em banco
Pedra sangue papel ou cinza
Escrevo o teu nome
Nas imagens douradas
Na armadura dos guerreiros
Na coroa dos reis
Escrevo o teu nome
Na floresta e no deserto
Nos ninhos nas giestas
Nas lembranças da minha infância
Escrevo o teu nome
Nas maravilhas das noites
No pão branco da alvorada
Nas estações enlaçadas
Escrevo o teu nome
Nos meus retalhos de azul
No charco que é sol mofado
No lago que é lua viva
Escrevo o teu nome
Nos campos e no horizonte
Nas asas dos passarinhos
E moinho das sombras
Escrevo o teu nome
Em cada sopro de aurora
Na água do mar em cada navio
Na montanha desvairada
Escrevo teu nome
Na espuma das nuvens
No suor das tempestades
Na chuva espessa e enfadonha
Escrevo teu nome
Nas formas resplandescentes
No carrilhão das cores
Na simples verdade concreta
Escrevo teu nome
Nos atalhos revelados
Nos caminhos desdobrados
Nas praças transbordantes
Escrevo o teu nome
Em cada luz que se acende
Em cada luz que se apaga
Nas minhas casas reunidas
Escrevo o teu nome
No pomo partido ao meio
De meu espelho e meu quarto
No meu leito concha vazia
Escrevo o teu nome
No meu cão faminto e meigo
Nas suas orelhas atentas
Na sua pata canhestra
Escrevo o teu nome
Na soleira da minha porta
Nas coisas da minha casa
Nas ondas do fogo sagrado
Escrevo o teu nome
Em toda carne possuída
Na fronte dos meus amigos
Em cada mão estendida
Escrevo o teu nome
Na vidraça das surpresas
Nos lábios esperançosos
Muito acima do silêncio
Escrevo o teu nome
Nos meus refúgios destruídos
Nos meus faróis destroçados
Na parede do meu tédio
Escrevo o teu nome
Na ausência sem mais desejos
Na solidão toda nua
Em cada degrau da morte
Escrevo o teu nome
Na saúde que voltou
No perigo que passou
Na esperança sem saudade
Escrevo teu nome
E ao poder de uma palavra
Reconheço minha vida
Nasci para te conhecer
E para te amar
L I B E R D A D E.
Marcelo Segura é advogado em Sinop