O cooperativismo surgiu no inicio do século XIX com o avanço da Revolução industrial, como resposta a opressão e baixos salários, juntamente com o Movimento Sindical (mesmo que suas características sejam distintas, o cooperativismo se considera filho do sindicalismo). No decorrer da história, principalmente nas cooperativas que mais deu certo se criou uma elite de altos funcionários, provocando as primeiras provas concretas de degeneração. Estes acharam mais prático, adotarem o trabalho assalariado, fugindo assim dos princípios básicos que lhe deram origem.
Hoje percebesse grandes cooperativas, com sócios majoritários, principalmente ligados a agropecuária, explorando o pequeno camponês ou ambos associados na mesma cooperativa. Estas pouco ou nada têm a ver com os princípios do cooperativismo original. Apesar disso existem espalhadas em todo o Brasil cooperativas, autênticas, solidárias, igualitárias, democráticas que podem ser chamadas de socialistas, em que os sócios são trabalhadores ou consumidores, donos, portanto do seu trabalho e do capital.
O cooperativismo segue alguns princípios básicos como preocupação com o coletivo; educação, treinamento e Informação; autonomia e independência; controle democrático pelos sócios; adesão livre e voluntária. Cooperativas são organizações voluntárias abertas a todas as pessoas aptas a usar seus serviços e dispostas a aceitar as responsabilidades de sócios, sem discriminação social, racial, política ou religiosa e de gênero.
O apoio à constituição de cooperativas populares é uma política de governo em todo o país. Por meio de iniciativas solidárias, os trabalhadores se reúnem em cooperativas de produção e participam de cursos de capacitação oferecidos pelo governo. Muitas delas possuem parceria com as prefeituras, que conhecedoras da realidade local, buscam apoiar aqueles setores deficientes e que podem contribuir não só para o progresso local, mas também solucionar problemas básicos destas famílias.
A formação de cooperativas também é incentivada no âmbito do Programa Nacional de Estímulo do Primeiro Emprego (PNPE), que prepara o jovem para o empreendedorismo e oferece oportunidades de trabalho para eles.
Em maio, o governo enviou ao Congresso projeto de lei que visa coibir a ação de cooperativas que se utilizam da nomenclatura para burlar a legislação trabalhista e, ao mesmo tempo, fomenta as boas práticas dessa atividade no país.
Pelo projeto, o governo Lula cria também o Programa Nacional de Fomento às Cooperativas de Trabalho (Pronacoop), que terá a finalidade de promover o desenvolvimento e a melhoria no desempenho econômico das cooperativas de trabalho, por meio de apoio na elaboração de diagnósticos, acompanhamento técnico e linhas de crédito.
No desafio de gerar renda e oportunidades de trabalho é preciso, porém, encontrar instrumentos de inclusão social e econômica, capazes de levar milhões de brasileiros a fazer parte do processo de desenvolvimento. É ai que surge a importância das cooperativas, que com o apoio financeiro do governo federal e o interesse das prefeituras e sindicatos, que podem incentivar discussões, juntamente com os trabalhadores interessados, procurando resolver muitos problemas locais.
Sinop recebeu verbas federais para incentivo a Cooperativa de trabalhadores na Agricultura Familiar, tem sede própria embora se encontra fechado, possui diretoria, sem função nenhuma se levarmos em conta os princípios básicos do cooperativismo acima citados.
De fato é necessária muita discussão séria, que é muito diferente dos discursos de pessoas que, nem sempre entendem do assunto. Se temos, o financiamento, os trabalhadores, a terra, o que falta?
Idalino Reginatto é ex-presidente do diretório municipal do PT em Sinop