Esperança renovada
Juacy da Silva
Há menos de um mês parecia que tudo estava consumado. Mesmo que as pesquisas de opinião pública demonstrassem que havia uma grande possibilidade das eleições presidenciais serem decididas em um segundo turno, mesmo assim, parecia que o povo brasileiro seria obrigado a aguentar mais quatro anos de Dilma, do PT e seus aliados.
Os prognósticos econômicos, sociais e políticos também indicavam que o Brasil sob Dilma estaria fadado a caminhar a passos largos para o agravamento de uma crise que vem sendo gestada desde o início de seu governo. Os indicadores econômicos como inflação, endividamento público, baixo crescimento do PIB, desindustrialização fariam parte de uma crise de governabilidade onde a corrupção, o caos na saúde, o rombo da previdência, a deterioração da educação, a degradação ambiental, o aumento da violência e o sucateamento da infra-estrutura poderiam conduzir o País para um caos social, com o aumento da insatisfação popular. Neste ritmo em pouco tempo o Brasil estaria ao lado da Venezuela, da Argentina e de outros países que trilharam este mesmo caminho nas últimas décadas.
Até o fatídico 13 de Agosto, quando, de forma trágica, Eduardo Campos teve sua vida ceifada, este era o quadro politico e eleitoral em nosso país. Quis o acaso ou o destino que em seu lugar ressurgisse MARINA SILVA, mulher guerreira, carismática, com ideias renovadoras em sua cabeça, escudadas em princípios éticos e o compromisso de provocar uma grande mudança em nosso país, deixando para traz duas experiências já superadas: o neo-liberalismo Tucano e o assistencialismo demagógico populista e medíocre do PT e de seus aliados.
Em duas semanas, as pesquisas, primeiro do Data Folha e a mais recente do IBOPE demonstraram que o povo brasileiro renovou suas esperanças e que Marina Silva pode e vai derrotar as duas candidaturas que estavam polarizando o expecto político e eleitoral e ao mesmo tempo passou a ser o porto seguro para milhões de eleitores que, já desiludidos com o cenário político, indicavam que iriam votar em branco, não sabiam em quem votar, ante terem que escolher entre candidatos ruins e milhões que iriam anular seu votos.
Este contingente representava 35% do eleitorado ou seja, 49,9 milhões de eleitores e agora representam pouco mais de 13%. De acordo com os dados da pesquisa do IBOPE desta semana, Dilma perdeu 4%,caiu de 38% para 34%; Aécio também caiu 4%, de 23% para 19%, e até mesmo o Pastor Everaldo perdeu 2%, caindo de 3% para 1%. No total os três candidatos perderam 10%, ou seja, 14,3 milhões de eleitores devem ter migrado para Marina, além dos 18% que antes estavam indefinidos. Isto ajuda a entender como Marina chegou a 29% das intenções de votos, ante os 9% que preferiam Eduardo Campos há aproximadamente um mês.
A simulação de um segundo turno tanto na pesquisa do Data Folha quanto agora do IBOPE demonstram que a esperança foi renovada para milhões de brasileiros razão pela qual Marina Silva deve vencer Dilma por mais de 10%, podendo chegar a uma diferença maior no segundo turno, para desespero dos atuais e antigos donos do poder.
O desempenho de Marina no debate realizado na última terça-feira pela Rede Band, jogou por terra as tentativas de ‘desconstrução’ de sua imagem como inexperiente, agressiva, radical, com pouco conhecimento da realidade brasileira. Para diversos analistas brasileiros e internacionais seu desempenho foi bem superior aos demais candidatos e, tudo leva a crer que com sua exposição no horário politico gratuito, viagens pelos Estados, debates e entrevistas em diversos locais e nas redes de comunicação, principalmente na TV, poderá aproximar-se mais ainda dos eleitores e apresentar sua proposta de um novo modelo de desenvolvimento, com transparência, justiça social, sustentabilidade ambiental e uma visão estratégica de futuro.
Neste sentido sua frase de que ‘o Brasil não precisa de uma ou um gerente, mas sim de um ou uma Estadista’ , que saiba enfrentar os desafios e apresentar as saídas para a crise que angustia e dilacera o país e o povo brasileiro é mais do que um rumo a seguir é a certeza de que tem todas as qualificações para o exercício pleno da Presidência da República!
Juacy da Silva é professor universitário, titular e aposentado UFMT, mestre em sociologia
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