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Deputado, trabalhador e crise mundial

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A crise mundial chegou para alguns trabalhadores da nossa região. Em Colíder alguns frigoríficos fecharam e o desemprego atinge várias famílias. Para se ter uma idéia, um trabalhador que perdeu o emprego de auxiliar na linha de produção de uma das empresas que fechou, recebia R$ 465,62.

A matéria de uma revista nacional mostrou a farra das verbas indenizatórias, aquele valor que os deputados ganham para gastar com passagens, telefones e outros; acontece em várias Assembléias Legislativas e chegam ultrapassar o limite legal de 75% da quantia paga aos senadores e deputados federais (hoje é de R$ 15 mil para senadores e deputados federais. Só em 2008, a Câmara gastou R$ 169,1 milhões em verbas indenizatórias e o Senado, R$ 12 milhões).

Nossos deputados de Mato Grosso, que também têm o direito a pensão vitalícia, depois do (segundo mandato) recebem hoje, R$ 23 mil por mês de verbas indenizatórias. Comparado com o salário de um operário da linha de produção que recebe, ou melhor, recebia mensalmente R$ 465,62, o valor se transforma em uma daquelas aberrações, difíceis de acreditar que ainda estejam ocorrendo em um país que busca o desenvolvimento.

Para tentar alcançar o valor de R$ 23 mil mensais que um deputado gasta com verbas indenizatórias, ou seja, chegar a R$ 22.349,76, um trabalhador da linha de produção teria que trabalhar 48 meses, ou 4 anos, curiosamente o tempo que leva para votar, nos mesmos deputados, para os quais a crise mundial ainda não chegou.

Magnos Lanes Bauken de Oliveira, contabilista em Sinop.

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