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Os benefícios da maturidade econômica

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As notícias sobre a crise financeira internacional tomaram conta dos noticiários nos últimos meses, diante da gravidade da situação econômica nos países desenvolvidos, que chega a ser comparada, com as devidas ressalvas, com a grande depressão de 1929. Bolsas de Valores despencaram, indicadores de confiança passaram a retratar um momento de preocupação, empresas passaram e enfrentar dificuldades e pacotes trilhonários de socorro foram montados às pressas – visando mitigar os efeitos perversos de uma das maiores crises financeiras da história.
Paralelamente a este processo, o ano de 2008 vinha sendo marcado para o Brasil pelo forte ritmo de expansão da atividade, empregos em elevação e elevada credibilidade internacional – que culminou na obtenção do grau de investimento em meio à crise. Esses fatores evidenciavam um dos maiores ciclos de crescimento da economia brasileira das últimas décadas, derivado da responsabilidade na gestão macroeconômica, do aumento da internacionalização das empresas e manutenção do tripé baseado no sistema de metas para a inflação, câmbio flutuante e metas fiscais.

Contudo, a crise internacional mudou de patamar a partir de setembro, tornando impossível manter até mesmo o discurso de descolamento da nossa economia dos acontecimentos externos. Nesse ambiente, a grande questão não é saber se seremos ou não afetados pela crise, mas sim identificar o tamanho e a duração dos impactos negativos sobre a nossa economia. Até o momento, poucos indicadores apresentam sinais de retração, o que poderia manter o otimismo e a tese do descolamento. Contudo, existem fortes evidências de que empresas estão revendo projetos e orçamentos para o próximo ano, diante da piora das condições de financiamento externo e das incertezas que pairam sobre os rumos da economia. Assim, embora seja, neste momento, difícil precisar o tamanho da desaceleração da economia brasileira, é forçoso reconhecer que o quarto trimestre deste ano já mostrará que o ritmo da atividade interna sofreu alteração significativa.
Por outro lado, nunca é demais lembrar que nas crises internacionais da década de 1990, originadas em países em desenvolvimento e de proporções bem menores que a atual, a economia brasileira acabava entrando em recessão no ano seguinte, o que não deve se repetir.

Para 2009, enquanto o cenário para os países desenvolvidos indica um ambiente recessivo, para o Brasil ? e diversos outros países emergentes ? a expectativa é de uma acomodação do crescimento. Após expansão da economia superior a 5% no biênio 2007-08, projeta-se uma taxa de crescimento de 2,5% para o Brasil em 2009. Portanto, pode-se concluir que as informações disponíveis até o momento indicam que os efeitos deletérios advindos do exterior mudarão, de fato, o patamar de crescimento no Brasil neste e no próximo ano, contudo, sem a necessidade de pacotes mágicos, incapazes de evitar oscilações abruptas na renda e no emprego. Este é o resultado direto da maturidade macroeconômica atingida.

Paulo Chananeco F. de Barcellos Neto é diretor adjunto de Economia e Riscos de Mercado do Banco Cooperativo SICREDI

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