Ao longo dos seus 35 anos de fundação o centro de processamento de dados de Mato Grosso (CEPROMAT) vem desempenhando sua função de gestão tecnológica com esmero. Vários dirigentes, em suas passagens pela empresa, acompanharam atentamente a evolução da era da informática na eminência de prover eficiência e eficácia ao Estado. Falando assim, até parece que a tarefa é fácil. Ledo engano. A evolução dos softwares e hardwares exigiu, e ainda exige, conhecimento técnico e, fundamentalmente, experiência, tanto na área administrativa do executivo, quanto na sua lógica funcional no que diz respeito gestão empreendedora. É importante que se diga que os dois pontos de gestão são distintos, embora partilhem dos mesmos objetivos. A premissa dessa teoria organizacional confabula não somente com a informação propriamente dita, mas, também, com o conhecimento de causa, que por sua vez, procura adequar esses conhecimentos de forma a dar agilidade no andamento dos processos governamentais. Eis aí a questão.
Não faz muito tempo, a administração pública estadual – SAD, SEPLAN, SEJUSP, SES … – vem formalizando a idéia de tornar as ações do Estado em Núcleos, considerados Sistêmicos. A metodologia aplicada parte da premissa que visa “interoperar” ambientes de T.I., ou seja, fazer com que as Secretarias integrem suas bases de dados, não apenas para atender o Estado sob o aspecto de cidadania, mas também, a Federação, preservando evidentemente a autonomia das decisões a elas peculiares.
Por conta dessa teoria, tornou-se mais que importante a articulação harmoniosa dos centros de tecnologia da informação (T.I.) entre os órgãos, o que, a princípio e, na pior das hipóteses, evita-se a redundância de informações. Exemplo disso foi a divergência dos dados revelados pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, INPE, sobre o desmatamento em Mato Grosso, com os dados revelados pela Secretaria Estadual de Meio Ambiente, (SEMA), neste ano. Além do mais, o que se procura com a utilização de T.I. não é apenas minimizar tarefas de rotina, mas, principalmente, auxiliar cada órgão a equacionar suas necessidades para que possam atingir soluções com a maior precisão e segurança possíveis, atendendo, assim, o cumprimento de seus princípios ou missões.
Se é inteligente pensar que: “duas cabeças pensam melhor que uma e, três cabeças pensam melhor que duas e, assim sucessivamente, o Estado parece ter encontrado o caminho das pedras com vistas em horizontes promissores. O alvo dessa filosofia, e não poderia deixar de ser, implica, substancialmente, no atendimento direto à comunidade mato-grossense.
O computador é uma máquina capaz de proporcionar resultados fabulosos, entretanto, se não houver o profissional que o conduza a tais resultados, ele não passaria de uma máquina insignificante. O ser “pensante” na administração estadual não seria somente o Governador e seu staf, mas sim, o conjunto da obra. Neste caso a tecnologia e, com a devida competência, o uso da tecnologia da informação é fundamental.
O diretor de gestão de tecnologia da informação do Centro de Processamento de Dados de Mato Grosso e Secretário executivo do Conselho Superior do Sistema Estadual de informação, Divino Silva Miranda, revela a importância da entidade, enquanto suporte e provedora de T.I. para a consolidação dos Núcleos Sistêmicos. “O Estado passa a se preocupar em planejamento, considerando, desde a reforma administrativa, até a criação de modelos de racionalização e padronização dos processos a ele pertinentes. Essa interpretação, de certa forma inovadora, é sistêmica”, enfatiza.
Por outro lado, proporcionar o cruzamento das informações da Secretaria de Planejamento, unificada com as de outras Secretarias, sem que essas informações sejam conflitantes ou redundantes, por exemplo, é o mesmo que efetivar um único modelo de gestão comum a elas pertinentes. A idéia, por essa ótica, caracteriza-se por alinhar as ações governamentais, tornando-as mais compactas.
As instituições das maiores potências mundiais – Estados Unidos, por exemplo – possuem todas as suas informações se interagindo, comunicando-se uma às outras, mantendo-se de forma integrada e coordenada suas relações por meio do cruzamento das mesmas. Pela iniciativa e ousadia da criação dos Núcleos sistêmicos, é que o Estado de Mato Grosso se coloca no topo do ranking em administração pública de qualidade tanto tecnologicamente, quanto administrativamente.
Gilson Nunes é jornalista e técnico de T.I.