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A crise chegou! Estamos preparados?

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É fato, a crise chegou! Se observarmos o que está acontecendo a nossa volta não será muito difícil verificar que uma série de fatos novos na economia brasileira começa a aflorar na prática. O Banco Central, como já prevíamos em artigo anterior, adotou medidas afetas à política monetária, no sentido de fazer frente à crise de crédito instalada no mercado financeiro nacional em decorrência ou derivadas dos graves problemas originados na economia americana que vive uma recessão preocupante.

A redução de 40% no depósito compulsório (retenção de depósito a vista dos bancos) permitirá o ingresso de cerca de R$ 23,5 bilhões no sistema financeiro nacional para dar liquidez ou fluidez à demanda de crédito, permitindo que os bancos maiores possam incorporar carteiras de crédito de bancos menores, dando liquidez ao sistema, também em atendimento aos setores do comércio, indústria e serviços, além dos R$ 5 bilhões destinados a agricultura brasileira.

Nossas reservas cambiais da ordem de U$ 260 bilhões desempenham um importante papel de lastro financeiro para exercermos uma política monetária segura e com os pés no chão. Em outros momentos estaríamos de pires na mão ou de joelhos na porta do FMI (Fundo Monetário Internacional), buscando socorro e nos endividando cada vez mais. Entretanto, como “orangotangos capitalistas” estamos batendo no peito e bancando as ações estratégicas que fortalecem nossa economia, sem dobrarmos a espinha frente a recursos de terceiros. Por enquanto “estamos faceiros”, frase do Eraí Maggi que empresto para fazer alusão ao fortalecimento do sistema financeiro nacional.

Ouvi com preocupação a afirmação de um economista dos EUA de que Estados como a Califórnia estão recorrendo ao governo central dos EUA para pedir um socorro de U$ 200 bilhões. Isso é muito grave, pois sabemos que a Califórnia é um dos Estados americanos mais ricos. Talvez seja por isso que a crise de confiança, embora o Senado americano tenha aprovado um pacote de ajuda que engloba cerca de U$ 850 bilhões, ainda continua e não anima as principais bolsas pelo mundo.

Ainda que mal demonstrada na sua plenitude, a atual crise parece mostrar que seus efeitos são maiores do que pensávamos “intra corpus” da economia americana. Tudo indica que o Banco Central do Brasil e o Ministério da Economia terão que lançar mão de engenharias financeiras que elevam a percepção do risco, políticas de taxas de juros para não retrair os investimentos e proporcionar crédito para exportação. Tudo isso, evidentemente, dependerá da vontade ou do grau de risco de começarmos a queimar nossas reservas cambiais. Nossa economia está solvente, porém, com baixa liquidez, teremos que liquidar alguns ativos para dar fluidez ao crédito e garantir a produção primária e o consumo.

* Eder de Moraes Dias é secretário de Fazenda de Mato Grosso

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