A secretaria estadual de Meio Ambiente, por meio do Projeto Educação Ambiental na Agricultura Familiar, deu início, esta semana, à revitalização de uma nascente de água, localizada na comunidade Baía do Campo, do Assentamento Santa Filomena, na zona rural de Poconé.
Somente entre os dias 19 a 23, já foram feitas a instalação de cercas, com mourões de madeira e arame, nos 220 metros quadrados da Área de Preservação Permanente (APP), onde se encontra a nascente. A madeira utilizada foi apreendida de infratores em operações ambientais.
A “mina”, como a nascente é popularmente conhecida, tem grande valor histórico e cultural para a região, já que os primeiros moradores utilizavam a água do local para realizarem afazeres domésticos e para sobrevivência. Com o surgimento da criação de gado nos arredores, e sem o manejo adequado da área, a água da nascente se tornou imprópria para consumo.
Após vistoria técnica da Sema, foram identificados problemas ambientais como a falta de vegetação nativa, pisoteio e defecação do gado nas proximidades, o que colaborou com a contaminação e assoreamento dos recursos hídricos da região. A cerca impede a degradação e protege as novas mudas plantadas.
O analista de meio ambiente e coordenador da ação, Juracy da Silva, explica que o cercamento é tangenciado num raio de 50 metros, a partir da APP, para o replantio de árvores nativas do cerrado que auxiliam na contenção da populição no solo e contribue, para aumentar o volume de água.
A ação também conta com a parceria do Juizado Volante Especial (Juvam) e prefeitura, que foi responsável pelo transporte da carga de madeiras. Cerca de 2,3 metros cúbicos de madeira foram doados pelo Juvam para a execução da obra. Para os trabalhos de semeação, forma doadas mudas pela Unidade Desconcentrada (DUD) de Rondonópolis.
Segundo Maria José Rodrigues de Paula, agente de educação ambiental e presidente da Associação de Mulheres Rurais do Assentamento Santa Filomena, além do benefício para a nascente, o plantio de mudas frutíferas estimulou a comunidade a pensar em soluções coletivas para gerar renda por meio da venda de doces, geleias, polpas e bombons que podem ser feitos a partir das frutas extraídas. Ela ainda pontua que jovens e crianças da Escola municipal Antônio Maria de Almeida aprenderam a fazer mudas para futuros plantios.