Neste momento em que se discutem soluções complexas para problemas modernos complexos como os ambientais e os econômicos, no primeiro momento a impressão é a de que não existem soluções. Na verdade, as soluções nunca nascem antes dos problemas, ou das necessidades que as geraram.
Solução vem para corrigir situações como as que se criou em Mato Grosso em algumas áreas específicas e que hoje produzem urgentes necessidades de correção. As questões ambientais estão no centro da maioria das discussões e parecem não deixar margem de esperança em análises mais simples.
As grandes respostas para os grandes problemas virão pelo mesmo caminho da tecnologia que criou. Hoje é possível medir numericamente os efeitos do efeito estufa sobre o aquecimento solar, e é possível medir áreas queimadas ou desmatadas, graças às tecnologias desenvolvidas para os satélites espaciais. Já é possível a produção de planejamentos estratégicos mediante o uso das imagens e das medições diversas através dos mesmos satélites.
Gostaria de ater-me especificamente a um dos aspectos da questão ambiental que pesam sobre nosso estado: a madeira, através do setor de base florestal. Até recentemente, a extração e o beneficiamento básico orientavam a atividade. Depois da Operação Curupira, em 2005, com todos os seus defeitos e exageros, o setor cuidou de adotar fundamentalmente tecnologias novas para responder às exigências ambientais e para desenvolver-se competitivamente no mercado exigente e comprador.
Hoje, a madeira é um negócio dentro de uma enorme cadeia ambiental que abrange o manejo sustentado, a extração, o reflorestamento, a industrialização, o aproveitamento dos resíduos, o crédito de carbono, a pesquisa, estudos em torno do aproveitamento da biodiversidade para a medicina, a cosmética, a perfumaria, etc. Todas essas cadeias têm base no uso intensivo de tecnologias.
Apenas para efeito de ilustração, tome-se daí os casos do manejo florestal sustentado e o do reflorestamento. Ambos exigem o uso de altas tecnologias. O manejo usa localizações geográficas de áreas de floresta e a de localização de cada árvore aproveitável economicamente, através do GPS e das posições dos satélites. Além, é claro, de cadeias produtivas e de profissionais munidos de recursos tecnológicos. O mesmo se dá com o reflorestamento, que passa por processos próprios, todos assentados no uso de tecnologias.
Quando a paranóia se abate sobre assuntos ambientais, sobre a produção em quaisquer setores da economia ou da vida humana, antes do pânico é preciso perguntar: existe solução técnica disponível? Se houver, a solução se encaminhará. Se não houver, já se tem em mãos uma demanda nova por soluções que passarão pelo uso de tecnologias.
Claro que um assunto como esse não se esgota num simples artigo. Mas a nossa idéia é a de refletir que no mundo atual, a maioria dos problemas decorre do uso das tecnologias nos diversos setores da vida humana e da economia. Uma demanda gera outra e outra e outras que reclamam por soluções, numa cadeia infinita que acaba refletindo o próprio desejo humano de avançar e de evoluir.
Clomir Bedin – presidente do Sistema Federação das Indústrias no Estado de Mato Grosso (Sistema FIEMT) em exercício