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A fotografia factual do fato

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Uma das principais funções do comunicador é transmitir informações de grande relevância para a sociedade por meio de um veículo qualquer, com o intuito de mantê-la a par de todos os acontecimentos que, direta ou indiretamente, a aflige. E quais seriam essas informações? Todas aquelas que produzam efeito esclarecedor sobre um fato, seja ele sobre esportes, política, educacional, social ou de cunho científico, etc… Por outro prisma, eu diria que informação ou, o ato de informar, é fazer veicular de forma narrativa, toda informação pertinente aos anseios da sociedade, seja por meio da escrita, da fala, da imagem ou fotografia. Independentemente do que se vai informar, o importante é que esta informação, seja veiculada em sua mais nobre essência: a verdade, não se importando de onde ela surja, se vai beneficiar ‘A’ ou ‘B’.

Entretanto, a prática dessa veiculação da informação vem sendo realizada de maneira esdrúxula e confusa, principalmente por programas que não são especificamente telejornais. São programas de TV que misturam atrações artísticas, com denuncias populares e criticas a administradores de cargos públicos, tanto municipais quanto estaduais. É bem verdade que a maioria dos problemas sociais sejam conseqüências de má administração pública, por não atender a contento seus anseios.
Todavia, a ambigüidade ou incoerência nas informações noticiadas – muitas vezes são inverdades colocadas no ar com o propósito de o apresentador se auto-promover políticamente, portanto são notícias factuosas – por esses programas de TV, é que elas são apresentadas por políticos que, na verdade, deveriam estar trabalhando para resolver ou equacionar esses problemas. Se considerarmos que as principais dificuldades sociais e ambientais são causadas por administradores públicos – cerca de 70% -, e que, entra ano sai ano, os ‘blá’ ‘blá’ ‘blás’ continuam sendo vomitados nesses programas, num tom em que o apresentador se coloca isento das responsabilidades, o fato se torna hilariante e ao mesmo tempo trágico.

É necessário que a competência dos cargos públicos – área de saúde, educação, segurança, ambiental, científico, etc.-, seja compartilhada por todos as autoridades: legislativo, executivo e judiciário. Para isso, se faz necessário a apresentação de projetos contundentes e sérios, principalmente pelo poder legislativo, para que, em plenário da câmara, sejam discutidos, avaliados e, para que tenham consistência, que fossem aprovados pela sociedade. Seria um bom começo para acabar com os abusos e privilégios.

Legislar em causa própria, seja de forma direta ou indireta, e ainda, utilizar os meios de comunicação, para ludibriar famílias carentes, inocentes e indefesas, contemplando-as de alguma forma, significa tapar o sol com a peneira e ao mesmo tempo angariar votos nas eleições. O político/apresentador de TV que critica por criticar setores da administração pública municipal ou estadual, nos veículos de comunicação de massa, sem ter o zelo de se incluir como responsável direto dos problemas sociais, é o mesmo que tornar factual o fato que, por si só, merece todo o respeito e seriedade na sua publicação.

Gilson Nunes é jornalista em Cuiabá
[email protected]

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