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A antítese da ética

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Fiquei preocupada quando li a nota de repúdio escrita pelo presidente do Sindicato dos Jornalista de Mato Grosso, Senhor Jonas da Silva, pelo fato narrado pelo “pseudo” jornalista Klayton Arruda. E quero aqui explicar o porquê:
Trabalhei quase 8 anos em televisão no Rio Grande do Sul e confesso com muita tristeza que nunca vi tamanha aberração televisiva como vi aqui em Vera e por isso tomo a liberdade de convidar o senhor Jonas assistir ao jornal apresentado pelo senhor Klayton Arruda e então tecer outra nota, tenho certeza que será diferente.

Pergunto-me como uma pessoa que nunca esteve num banco acadêmico para estudar sobre a ética da sua profissão (e sobre a estética também) pode ter licença para apresentar um jornal e o que é pior… escrever. Uma pessoa que usa a televisão para desrespeitar o telespectador, inverter a ordem das coisas e dos fatos e ainda por cima, trucidar a língua portuguesa. Tenho certeza que o sindicato quer trabalhar para defender a profissão e não acredito que este mesmo sindicato deixará a ética e a estética serem carcomidas pelos falsos profissionais.
Não estou aqui para defender “fulano ou beltrano”, mas confesso que se fosse eu o presidente a câmara ou o prefeito desta cidade não sei se não se não perderia o bom humor e a elegância também ao tratar com tal pessoa. Quem conhece o senhor Edson Bormann pode dizer. E o prefeito José Nilton também. São achincalhados diariamente e não podem perder a compostura… será que não mesmo?!

Será que tudo que estudei na faculdade não vale mais? Será que as horas de estudo com os colegas, os trabalhos apresentados em sala de aula, as enormes pesquisas, as eternas e insuficientes leituras de Habermas, Frege, Russel, Max Weber… tudo isso não é mais necessário? Mesmo tendo estudado para ser Relações Públicas, teorias de comunicação são para todas as áreas. Será que para ser jornalista não precisa mais estudar? E aqueles que estudaram como ficam? E o tempo e o dinheiro que investiram em suas carreiras… quem vai pagar?
Sinceramente não posso ficar calada diante dessa total loucura, dessa inversão de valores e que em pleno século 21 vamos ter que sentar em frente a televisão e assistir a uma pessoa totalmente sem preparo nos dizer o que é certo e o que é errado. E a imparcialidade, e a lisura de quem escreve a notícia e a preocupação com a veracidade dos fatos… e os fatos!

O que vemos em Vera é um jornal sem assunto, um jornal sem notícia, um jornal sem fatos… um jornal que não informa a população sobre o custo da cesta básica, que não anuncia as campanhas nacionais de vacinação, que não mostra o que o município tem de bom e esses são só alguns exemplos. Um jornal que insuflou a população por quase 60 dias a quase violência na tentativa de manter na cidade um profissional da área da saúde e que hoje sequer se lembra das famílias dos empresários que estão presos pela Operação Mapinguari… e dizem que fazem um jornalismo comunitário. Comunitário porque mostram o buraco da rua? O meio-fio sem pintura?

Acho que vou ter que consultar meus alfarrábios e ver onde foi que tudo começou a dar errado, quando foi que a ética, a estética, o comunitário, a comunicação social e o jornalismo mudaram de lugar com a falta de preparo, a arrogância e o banalismo das coisas e das pessoas. Será que porque enfrentei 4 anos de academia para me tornar bacharel em comunicação social sou uma sonhadora e o que tentei ser profissionalmente foi utopia?
Acho que vou dar queixa na polícia, acho que fui enganada e só me dei conta agora.

Lorena Rimbau Garcia é relações públicas

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