O homem foi preso, esta manhã, pela Polícia Civil, acusado de aplicar diversos golpes na compra de gado. veículo e propriedade rural em Lucas do Rio Verde. Houve busca e apreensão na residência e empresa do acusado. A justiça determinou o sequestro e indisponibilidade de bens, no valor de R$ 697 mil, das contas do suspeito e também de sua empresa, e um veículo avaliado em mais de R$ 100 mil foi apreendido.
Conforme a investigação, uma vítima relatou que, em abril, foi procurada por um corretor de vendas interessado em vender um lote de gado, com 229 cabeças, no valor de R$ 805 mil, que seriam, supostamente, do golpista preso. Ficou combinado que a vítima iria até a fazenda para escolher o gado e após o pagamento da entrada, os animais seriam entregues. Ficou combinado que a vítima daria uma entrada de R$ 126,5 mil para o corretor e mais R$ 273 mil ao suposto dono do gado. Acertados os valores, a vítima fez as transferências via Pix na conta do corretor e outras duas contas de uma empresa em nome do golpista preso.
Entretanto, a vítima não recebeu o gado negociado e o falso dono dos animais sempre arrumava uma desculpa e prorrogava a data de entrega. A vítima, então, procurou o corretor de vendas exigindo uma solução. Apesar das tentativas em receber os animais ou que devolvesse o dinheiro, o dono do gado acabou tendo prejuízo de mais de R$ 376 mil. A vítima relatou à Delegacia de Estelionatos que procurou mais informações sobre o homem que se apresentou como dono do gado e descobriu que ele responde a mais de 10 processos em todo o Estado por associação criminosa e apropriação indébita.
Já o corretor de vendas, em depoimento, declarou que foi procurado pelo suspeito para comprar uma camionete que o corretor estava vendendo e negociou 35 cabeças de gado pelo veículo. A negociação envolveu ainda um lote de terra no distrito de Santiago do Norte, em Paranatinga, que pertencia ao corretor.
O golpista ainda mostrou fotos do gado e de fazenda dizendo que seriam dele. O corretor combinou de entregar a camionete negociada e foi até a fazenda ver o gado, onde foram recebidos por uma pessoa que se passou como gerente e depois escolheu 55 cabeças no negócio. O golpista ligou para o corretor no final de março, disse que já queria acertar o negócio da camionete e insistiu que queria fazer o contrato de transferência. O corretor então liberou a camionete e logo em seguida, o golpista a transferiu para o nome de sua empresa. Sem receber o gado negociado, depois de descobrir que tudo não passava de um golpe, o corretor amargou um prejuízo de R$ 201 mil, contabilizando a camionete, o lote e mais R$ 31 mil em dinheiro que repassou ao acusado.
O verdadeiro proprietário da fazenda, localizada em Chapada dos Guimarães, e que o golpista dizia ser sua, foi ouvido na Delegacia de Estelionatos e declarou que foi procurado pelo suspeito em março passado, com a proposta para compra de gado. O golpista alegava que iria comprar à vista e dizia ainda que tinha costume em negociar com fazendas de Alta Floresta e Lucas do Rio Verde, e forneceu dados de sua empresa para redigir os contratos.
O dono da fazenda disse ainda que além da compra do gado, o suspeito demonstrou interesse em adquirir também a propriedade e negociaram a fazenda no valor de R$ 16,5 milhões e em 1,5 milhão o gado, totalizando 18 milhões. Depois de fechar o negócio, a vítima recebeu do golpista dois cheques, levados por um ‘motorista’, um no valor de R$ 12 milhões e outro de R$ 1,5 milhão, que estavam em nome de um suposto sócio do suspeito. O golpista disse ainda que o restante do valor do negócio seria passado na semana seguinte, já no mês de maio. Logo depois, a vítima recebeu uma ligação da propriedade informando que tinha um caminhão no local para buscar o gado, contudo, ele não permitiu a retirada porque não havia a Guia de Transporte Animal e também porque aguardava a compensação dos cheques.
Ao tentar descontar os cheques, o dono da fazenda descobriu que ambos eram falsos, que a uma agência informada era da cidade de Governador Valadares (MG) e o proprietário da conta seria de Lucas do Rio Verde, contudo o cheque nem passava pela máquina registradora do banco porque era falsificado. A vítima afirmou que teve um prejuízo de R$ 120 mil da elaboração do contrato da propriedade e do gado, além de adquirir uma outra área, com a promessa de venda da fazenda.
Durante a investigação, foi constatado o registro de diversos boletins de ocorrência contra o mesmo suspeito, entre os anos de 2016 e 2021. As informações são da assessoria da Polícia Civil.
Receba em seu WhatsApp informações publicadas em Só Notícias. Clique aqui.