Em resposta ao artigo escrito pelo senhor Othmar Thomaz Ility, é válido ressaltar que a situação da saúde pública de Sinop, durante os finais de semana prolongado, mais especificamente no feriado que antecedeu a Páscoa, não é diferente do restante do Brasil. Por este motivo, a Secretaria de Saúde não hesita em abrir suas portas e convidar o referido leitor e colaborador para que participe e veja como funciona a estrutura, podendo, assim, enxergar que, no que tange ao Pronto Atendimento, é mantido o atendimento imediato aos casos de urgência e emergência.
O PA funciona com recursos próprios e atende não apenas Sinop, mas grande parte da região norte do Estado de Mato Grosso e até de Estado vizinho. Sinop é uma cidade jovem e que conseguiu imensuráveis avanços na saúde pública e privada. Se a população olhar, um minuto sequer, pelo retrovisor, vai conseguir enxergar que há sete anos não existia PA. Eram apenas três Postos de Saúde e nenhum PSF. Hoje já são 13 Postos de Saúde da Família mais as unidades, que chegam a 17.
O atendimento ao paciente nessa época, só poderia ser garantido mediante a um cheque calção. Hoje, ele só precisa aguardar a sua vez na fila. Hoje, ele tem garantido, além dos PSF’s, com programas voltados para a família, o Pronto Atendimento, que dispõe de médicos das mais variadas especialidades, o banco de sangue, através da UCT, o Centro de Especialidades Odontologias, e a tão sonhada UTI, que hoje salva vidas graças à fundação do Hospital Santo Antônio e ao aporte financeiro dado por parte do Município.
Confesso que a atual administração é ciente de que precisa ser feito muito mais pela saúde pública municipal, mas tais conquistas, e principalmente, saúde pública acontecem do dia para a noite. Só contratar médicos não resolve a situação de inchaço no PA. Precisamos de estrutura sim, mas antes, precisamos também de conscientização da população que utiliza os serviços. É preciso saber utilizar com responsabilidade.
Infelizmente, ou quem sabe felizmente se olhado por outro prisma, muitas pessoas, num período de três a quatro anos atrás, pararam de pagar seus planos de saúde, pois sabiam que poderiam estar contando com a saúde pública em Sinop. Feliz pela economia no orçamento familiar, mas infeliz pelo inchaço que provocaram na estrutura da saúde. Aumentou a procura por todos os tipos de profissionais e especialidades oferecidas, mas não aumentou os repasses feitos pela União.
Sinop recebe os mesmo valores de repasses que as demais cidades dos outros Estados, mas o custo da saúde aqui é muito maior. Há uma dificuldade em encontrar profissionais que se disponibilizem a vir para cá, apesar de que os que já temos são excelentes, mas ainda assim precisamos de mais. Os salários oferecidos são duas ou até três vezes mais que as cidades do Sul do País, mas ainda assim eles titubeiam em aceitar propostas.
Com certeza as autoridades locais ficam preocupadas e tristes com a atual situação, mas a responsabilidade fiscal e o respeito ao dinheiro público os impedem de gastar mais do que arrecadam. A administração e as referidas autoridades têm muitos sonhos, mas se não o fazem é porque não têm condições, mas mesmo assim, sabem que tudo o que fizeram foi bem feito, pois Sinop ainda o é e serve de referência na saúde para muitas cidades do Norte do Estado e até de Estado vizinho.
Valério Gobbato é secretário de Saúde do Município de Sinop