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A semente ambiental

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Não é raro nós produtores rurais nos depararmos com pré-conceitos sobre a atividade rural, sobretudo, se ela é praticada na região Amazônica, (lembro que a Amazônia legal corresponde a 61% do território brasileiro). Neste caso, as opiniões de forma geral confundem e até criminalizam produtores sem antes verificar as raízes do problema, tais como: as políticas de ocupação deste imenso território e, principalmente, o viés social. Afinal, ali vivem mais de 20 milhões de pessoas que também estão em busca do bem estar e da felicidade como todo brasileiro. Lembro que o ser mais importante do meio ambiente é o ser humano, portanto, o grande desafio é buscarmos o ponto de equilíbrio entre produção e preservação objetivando construirmos uma sociedade sustentável.

Precisamos avaliar as relevantes questões ambientais, não somente pelo passivo; não é justo se atribuir a maior parte desta conta às atividades rurais se é evidente que o grande problema está no processo de urbanização mundial e todo o planeta é responsável. Apesar dos problemas hoje existentes no Brasil, possuímos o maior ativo ambiental do mundo. Enquanto que, países industrializados, já esgotaram suas reservas naturais, possuem matrizes energéticas degradantes e são os maiores emissores de gás carbônico na atmosfera. Mesmo assim, resistem a aderir a acordos internacionais elaborados para reduzir o aquecimento global e, até agora, não se dispuseram a compensar com parte de seus vultosos orçamentos aos países que possuem grandes ativos ambientais. Oxalá, o relatório do IPCC sobre o aquecimento global possa sensibilizá-los.

Em função desta nova realidade, é inconcebível ver países enriquecendo e progredindo em bases insustentáveis, a custa da degradação ambiental e outros que, a duras penas, tentam se desenvolver, porém, sofrem retaliações comerciais, barreiras sociais e ambientais, como é o caso do Brasil e outros países em desenvolvimento.

Os ativos ambientais brasileiros devem ser valorados sob todos os aspectos, pois possuímos uma riquíssima biodiversidade, porém precisamos discutir o meio ambiente também sob o ponto de vista econômico. É exatamente neste aspecto que os produtores rurais brasileiros poderão ser grandes aliados e, ao invés de vilões, como hoje são taxados, irão formar um verdadeiro exército de ambientalistas, deixando de receber pelos serviços agrícolas como acontece atualmente, e sendo remunerados pelos serviços ambientais prestados em benefício de toda sociedade.

Por outro lado, mecanismos fiscais e a transformação do ativo ambiental em commodities vão ser um estímulo aos agropecuaristas para preservarem as áreas não desmatadas. Neste momento, em que se discute o aquecimento global, desmatamento, desastres naturais, energia renovável e tantos outros que permeiam o tema meio ambiente; o grande ponto de convergência é que precisamos estabelecer um grande pacto pela vida no planeta terra. Vivemos numa aldeia global, somos consumidores de recursos naturais e não podemos segregar nenhum aliado potencial, principalmente, se forem aqueles, com grande capacidade de intervenção, como é o caso dos produtores rurais, que são racionais e é imprescindível que sejam inseridos neste contexto de forma pró-ativa.

Queremos demonstrar o nosso comprometimento com a causa ambiental, e nossas atitudes certamente não ficarão apenas no discurso, aliás, tem muito discurso e pouca ação prática nesta questão. Entendemos que todas as iniciativas até hoje implementadas, teriam maior eficácia, se a abordagem fosse diferente, com a participação de todos os envolvidos, principalmente, o produtor rural, aquele que está no dia-a-dia do campo, produzindo para abastecer as cidades, acreditando na produção e preservação sem segregação. Está lançada a semente, que ela germine e produza bons frutos, pois a colheita será de todos.

Homero Pereira é Deputado Federal e Presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Mato Grosso
[email protected]

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