Direito e religião.
Ao analisarmos a história da humanidade e, fazermos um paralelo entre o Direito e a Religião, certamente teremos muitas decepções, visto que na maioria das vezes, sobretudo nos períodos antigo e medieval, em que lideres religioso apossavam-se do poder fundamentados no teocentrismo, obtinham êxito sobre os fieis que por sua vez, acreditavam na pregação persuasiva de seus lideres.
Não pretendemos aqui, defender ou criticar qualquer teórico que tenha posicionamento extremo sobre o tema em questão, apesar dos exageros que alguns intelectuais sem visão teológica escrevem sobre o assunto, mas, destacamos parte de uma fala de Karl Marx, no século XIX, que contribui sobremaneira para uma analise crítica a cerca do assunto.
Segundo o pai do socialismo utópico, “a religião não faz o homem, mas, ao contrario, o homem faz a religião”, para Marx, a verdadeira felicidade do povo, implica que a religião seja suprimida, por ser segundo ele, felicidade ilusória do povo. A exigência de abandonar as ilusões sobre uma condição é, segundo Marx, a exigência de abandonar uma condição que necessita de ilusão.
Esse posicionamento de Marx implica na idéia de que a religião é alienadora e fundamentada em pressupostos subjetivos e ilusórios que não soma em nada com a luta do proletariado contra o poder, talvez, Marx escrevera nesta perspectiva, por conta de decepções sofridas ao analisar a História da humanidade e perceber os abusos que a religião cometera aos povos, haja vista, as ações da igreja romana na Idade Media, em que pela inquisição eliminava seus opositores, em nome de um deus que certamente não era o Deus verdadeiro.
Ora, Karl Marx, que abominava qualquer forma de imposição, jamais defenderia a religião, posto que esta, detentora de poderes, manipulava ideológica e politicamente seus fieis, inclusive criando leis canônicas e algumas que sob a linha da teologia do inferno, metia medo aos homens de pouca informação e conhecimento que aliás era a grande maioria.
É bem certo que a religião, criou doutrina e dogmas com o objetivo de trazer fiéis para seu rol de membros, esquecendo o cuidado que de fato deveria ter com o próximo, também fez uso dos poderes políticos e econômico em beneficio próprio, e foi justamente isso que fez Karl Marx abominar a religião, chamando-a de surda pressão e miséria alienadora.
O que muitos não sabem, é que o líder espiritual da maior religião do mundo (cristianismo), Jesus Cristo, não veio para criar uma instituição religiosa tão poderosa, mas, Ele veio para servir a humanidade (MT. 20,28), e ensinar a essência verdadeira da vida que é o amor (jo. 3,16), porem, apesar dos absurdos registrados na historia por conta de ações distorcidas das religiões, podemos observar muitos homens e mulheres que conseguem ver além da religião enquanto instituição, observando a essência da pregação do maior líder que a humanidade já viu JESUS CRISTO.
Certamente o direito, enquanto norma subsidiou e subsidia culturas religiosas (hoje mais presentes no Oriente Médio), porém, “são as pessoas que fazem o direito e não o direito que faz as pessoas”.
Hedvaldo Costa é professor, secretário municipal de Educação em Sinop