O presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito na câmara de Sorriso, vereador Rodrigo Machado, confirmou que foi concluído o relatório das investigações sobre esquemas de pagamentos ilegais e desvios de recursos da secretaria municipal de Saúde com fraudes em procedimentos de cirurgias emergenciais. Foram ouvidos depoimentos de servidores, da empresa investigada e o relatório, elaborado pela relatora vereadora Jane Dalalibera, foi encaminhado ao departamento jurídico da câmara para conclusão.
Machado acredita que possa ser votado, na próxima semana, em plenário e, em seguida, encaminhada a conclusão ao Ministério Público. Ele não adiantou se haverá indiciamentos. “A gente está na análise jurídica da casa para que possamos colocar em plenário. Acredito que possa ser antes da última sessão do ano legislativo (em dezembro)”, expôs o presidente.
A relatora não antecipou, em entrevista, a conclusão da investigação da câmara. “Foi decretado sigilo e só na segunda-feira quando a comissão autorizar ler o relatório. Estou aguardando autorização da comissão (CPI)”, declarou.
A CPI começou, no primeiro semestre, apura possíveis duplicações de notas fiscais em pagamentos de ordens judiciais, ouviu depoimentos do ex-secretário de Saúde Luis Fabio Marchioro e do secretário de Fazenda, Sergio Kocova, além de ex-servidores. Ao pedir exoneração alegando que identificou o esquema fraudulento e fez as denúncias, Marchioro apontou que as fraudes com prejuízo para os cofres públicos.
A polícia e Ministério Público também tem investigado as irregularidades. Uma empresária, responsável por empresa prestadora de serviços na área de saúde, foi presa por cerca de 60 dias e solta em setembro por decisão da primeira Câmara Criminal do Tribunal de Justiça de Mato Grosso. Ela é investigada no suposto esquema que desviou cerca de R$ 3,5 milhões da secretaria de Saúde Sorriso. O processo é originário da Operação Hígia, deflagrada pelo Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (GAECO) em julho deste ano.