Observando o site da Prefeitura Municipal de Feliz Natal, tive a infeliz oportunidade de ler uma mensagem enviada por um visitante, que diz que é triste verificar que nosso município promove o desmatamento.
Inicialmente quero apresentar alguns motivos pelos quais nós brasileiros que habitamos esta região estamos exercendo nosso direito de sobrevier, apesar de estarmos “importunando” os demais brasileiros e principalmente estrangeiros interessados no não desenvolvimento de nossa região.
Quando nós brasileiros naturais de outras regiões migramos para o Centro-Oeste, o fizemos com o incentivo oficial, não incentivos financeiros, mas políticos, uma vez que de forma muito responsável os governos anteriores buscaram a ocupação desse imenso Brasil. Na época a legislação permitia o desmatamento de 50% das áreas com aptidão agrícola para tal uso, e assim foi feito. Se existem excessos, as autoridades devem sair da omissão e corrigir as distorções.
“Infelizmente” nossa região mesmo sem a infra-estrutura mínima necessária, e a despeito da omissão dos governos, mostrou-se extremamente produtiva, com elevados índices de produtividade em soja, arroz de sequeiro, milho e algodão. Dessa forma nós atiçamos a cobiça dos países ricos, principalmente dos USA, que querem manter sua hegemonia econômica mundial as expensas dos países em desenvolvimento, e a partir daí usaram a rede Globo como ferramenta para a divulgação do subterfúgio da preservação ambiental, e venderam esta idéia ao mundo e a alguns brasileiros urbanos do nosso sul maravilha, que se indignam ao ver que queremos usar nosso direito a propriedade.
A questão do uso de nossos solos, é uma questão de soberania nacional, pois dentro de pouco tempo os americanos se acharão no direito de invadir a Amazônia como já fizeram com outros países, e alguns brasileiros como você deverão considerar isto uma medida nobre que salvará as matas aqui existentes.
Quando se fala em desmatamento, quase sé se fala em Mato Grosso, principalmente a região médio norte, que nem Amazônia é. O mais interessante é que esta região tem topografia plana onde normalmente a partir do segundo ano de cultivo é utilizado o sistema de plantio direto evitando-se os riscos de erosão tão comum em outras regiões do Brasil, mesmo assim como nos interioranos costumamos dizer “batem em nós com as quatro patas”, enquanto em outras regiões áreas com topografia acidentada extremamente suscetíveis a erosão são desmatadas sem que a mídia se importe. Mas porque isto ocorre? Ocorre porque aqui após a derrubada batemos o recorde mundial de produtividade em Soja, algodão, e produzimos milho e arroz com alevada competitividade, e com isso nos tornamos altamente competitivos na produção de suínos e aves, e em curto prazo, se o governo não atrapalhar muito nosso rebanho bovino, que já é o maior do País será o melhor, pois caminha a passos largos para isto.
Portanto quando vemos um comentário como este, nós brasileiros de Mato Grosso, só podemos constatar que quem o fez ou esta extremamente mal informado, ou não tem a menor noção de soberania Nacional, ou será que simplesmente deixar de utilizar 80% de solos com potencial agrícola não é vender (ou melhor doar) nossa Pátria aos americanos.
Muitos outros pontos ainda poderiam ser citados, como o programa de biodiesel, que só nós brasileiros temos áreas agricultáveis disponíveis para sua produção. Para encerrar, apresento os números referentes ao município de Feliz Natal para uma análise crítica de quem se interessa pela Soberania Nacional.
DISCRIMINAÇÃO ÁREA (HÁ) % ÁREA TOTAL DO MUNICÍPIO
1.168.875 100%
RESERVA INDÍGENA 519.235 – 44,4%
PRESERVAÇÃO PERMANENTE 65.139 – 5,6%
ÁREAS DE MANEJO FLORESTAL SUSTENTÁVEL – 131.581 – 11,3%
ÁREAS APTAS A AGRICULTURA 452.920 – 38,7%
20% DO RESTANTE – 90.584 – 7,7%
50% DO RESTANTE – 226.460 – 19,4%
TOTAL UTILIZÁVEL DO MUNICÍPIO COM A ABERTURA DE 50% DAS PROPRIEDADES RURAIS 19,4%
Portanto nós Produtores Rurais, Madeireiros, Comerciantes e técnicos de Mato Grosso, não somos favoráveis e eliminação das florestas, mas queremos, e não abrimos mão do direito de propriedade, e do objetivo de tornarmos nosso País uma sociedade justa e pujante.
Edson Castro Fonseca
Engenheiro Agrônomo, residente em Feliz Natal há 13 anos
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