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COP27: chega de “blá blá blá” é hora de falar com o agro

*Gustavo Avelar é agrônomo em Mato Grosso e atua com foco na gestão e certificação de propriedades em agricultura regenerativa
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A 27ª Conferência das Partes das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP 27), que ocorreu de 06 a 18 de novembro, tem o lema “Juntos para a implementação” e reunirá líderes mundiais para debater medidas para conter as mudanças climáticas. O propósito desta edição já diz tudo, chega de blá blá blá, de tantas teorias, propostas e está na hora de partir para ação.

Não se espera grandes mudanças nos acordos já feitos, mas sim um trabalho para tirar projetos do papel, já que muito do que foi prometido até agora não está sendo cumprido, assim as pautas mais importantes serão: perdas e danos, financiamento de projeto, mitigação e adaptação climática. No contexto da mitigação, o agronegócio é a principal solução, sendo hoje a principal indústria que consegue em sua cadeia não somente diminuir a emissão, mas também é a principal ferramenta para regenerar o carbono emitido na atmosfera de forma natural. E é essa ação que o agro já faz há décadas no Brasil. Por meio de pesquisas, inovação e tecnologia.

Olhando o cenário mundial, a agricultura é responsável por 18,4% das emissões e o Brasil em termos gerais fica com 3,2% dos gases emitidos no mundo em 2019 de acordo com o “Our World in Data”. Mundialmente 30% das emissões vêm da queima de combustíveis não renováveis, geração de energia, transporte e indústria, diferente do Brasil onde quase metade das nossas emissões estão no uso da terra.

Aí fica fácil tornar o Brasil a principal solução quando se fala em mudanças climáticas, fácil sim, porém dá um pouco de trabalho, então fica a pergunta, como tornar o agronegócio a principal solução mundial para as mudanças climáticas?

Diversos projetos estão em andamento, um deles a certificação Fazendas Carbono Zero que busca a implementação de práticas do score ESG na qual, temos uma otimização dos recursos que por consequência diminuímos a emissão e ao mesmo tempo, aumentamos a fixação, isso tudo de forma rentável ao produtor rural. O projeto está em pleno vapor com o engajamento de mais de 100.000ha de plantações de soja e milho no Norte do Mato Grosso e sua expectativa é mudar não somente a imagem do agronegócio no mundo, mas também gerar um impacto social na região que atua.

Mas projetos como esse, somente são viáveis graças as práticas unilaterais dos produtores rurais que não tem retorno sobre o investimento em uma agricultura mais regenerativa, existe muito ‘blá blá blá’, mas quando é para tocar no bolso, as grandes indústrias ficam bem longe de tudo com muito marketing e pouca ação. Para solucionar esse problema, o FCZero, foca em práticas que geram um resultado direto na propriedade rural que justifique o investimento, não somente para ter um custo e um selo bonitinho em cima da mesa, ações focadas na educação, treinamento e desenvolvimento de pessoas, são a base de nosso programa.

Sabemos que esse caminho não tem volta e estamos apenas começando, o mais importante hoje nós já temos que é o engajamento dos produtores rurais, agora é buscar empresas que nos ajude na implementação de uma agricultura mais regenerativa de forma rápida.

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