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JK: incomparável

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Os petistas insistem em comparar o Presidente Lula e o seu governo ao de Juscelino Kubitschek, simplesmente uma heresia para a imagem deste que foi o maior presidente do Brasil até o presente momento realizando 50 anos de desenvolvimento e apenas 5 anos, comprovadamente.
Citarei apenas alguns tópicos da vida e do Governo de JK, para ver que é impossível qualquer insinuação de comparação com o atual presidente ou outro que passou pelo Planalto.
Juscelino era natural de Minas Gerais, filho de uma empregada domestica, sem recursos para estudá-lo, tinha uma obsessão, estudar medicina, entrou na Policia Militar de Minas Gerais, como soldado, conseguindo seu intento, estudou e se formou médico saindo desta corporação como tenente coronel médico, para ser candidato a Prefeitura de Belo Horizonte.
Eleito prefeito de Belo Horizonte modernizou essa cidade, construiu a Pampulha, o estádio de futebol Mineirão, o Ginásio de Esportes Mineirinho e criou o bairro comercial Savassi, entre muitas outras obras espalhadas pela cidade, que até hoje são pontos de referencia em BH, completa seu mandato na prefeitura e é eleito governador de Minas Gerais, ficando apenas dois anos no Governo de Minas, saindo para ser candidato eleito a Presidente da Republica.
Como Presidente da Republica transformou o Brasil de um país, agrícola exportador de açúcar e café, em um exportador de bens industriais, sua biografia é uma das mais ricas em realizações que podemos encontrar em um político brasileiro, era um Presidente, sorridente alegre e simpático que tinha poder de decisão, com uma firmeza que contrariava seu aspecto de brincalhão e boa praça.
Quando apresentou o projeto de construção de Brasília, no cerrado goiano, a bancada mineira no Congresso Nacional e a impressa deste Estado, se levantaram, queriam a construção da Novacap no Triangulo Mineiro, Juscelino com todo seu conhecimento futurista: disse O Triangulo Mineiro e a região de Ribeirão Preto, SP., em breve serão a maior potencia do Brasil, uma capital neste local irá transformar essa região em um congestionamento insuportável e não obedece as especificações de segurança das Forças Armadas e Brasília foi construída no serrado goiano, contra a vontade de parlamentares e jornalistas mineiros e cariocas, JK foi taxado por jornalistas e políticos mineiros como o traidor de Minas Gerais.
Novamente quando apresentou o projeto de trazer para o Brasil a industria automobilística e as outras industrias de bens duráveis, os políticos mineiros queriam que instaladas em Belo Horizonte, mais uma vês Juscelino mostrou firmeza ao explicar: O porto de Santos está apenas uma hora do ABC, São Paulo tem o melhor aeroporto do Brasil, (Congonhas), tem as melhores Universidades, que formarão mão de obra capacitada e é para lá que as industrias irão, a imprensa mineira não se conformou e várias manchetes surgiram nos jornais, chamando o de o traidor de Minas Gerais.
JK agia pelos interesses do que era viável para o Brasil, não atendia interesses de quem quer que seja, de seu partido PSD ou do bairrismo dos seus conterrâneos mineiros, o que lhe valeu uma oposição acirrada do jornalista, presidente da UDN. Carlos Lacerda, carioca da gema que não acreditava que o Rio de Janeiro ia deixar de ser a capital do Brasil.
Trabalhou no governo com pessoas competentíssimas como: Lucio Costa, Oscar Niemayer, José Maria Alkimim (o gênio da política brasileira), Marechal Lott o grande ministro da guerra e muitos outros expoentes da inteligência brasileira da época.
Juscelino não tinha avião presidencial para se locomover, fazia suas viagens em avião de carreira da empresa Cruzeiro do Sul, e adorava fazer percurso de trem: Rio de Janeiro, São Paulo, Rio de Janeiro, aonde ia de vagão em vagão, conversando e cumprimentando as pessoas.
Politicamente conviveu muito bem com todos os segmentos da sociedade: empresários, imprensa, estudantes, com sua poderosa UNE, trabalhadores, militares e com os comunistas de Prestes.
JK morreu na década de 70, juntamente com seu motorista em um acidente de carro na Via Dutra, descendo a serra, sentido SP. Rio de Janeiro, acidente não explicado até hoje.
Para aqueles que o chamaram de ladrão por ter construído Brasília e acelerado o desenvolvimento do Brasil 50 anos, tiveram uma grande decepção quando ele morreu ao ver que ele era um cidadão classe média, vivia com aposentadoria da PM mineira e de Ex-presidente da República.
Qualquer comparação com esse pessoal que está ai é passar por cima dos fatos da história recente do Brasil e não acreditar no conhecimento dos brasileiros.

Américo Gomes é jornalista e professor

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