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(In)Segurança

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Em sua última passagem por Sinop, o Secretário de Estado de Justiça e Segurança Pública, Célio Wilson disse em alto e bom tom que o Governo do Estado não queria que a sociedade ajudasse as policias civil e militar consertando viaturas ou mesmo doando combustível para que fizessem ronda pelos bairros da cidade. Disse o secretário na ocasião, que o governo tinha recursos para este fim e que as parcerias poderiam ser celebradas, mas em outras áreas.

Algum tempo depois do discurso feito durante audiência pública promovida pela Assembléia Legislativa, vê-se que o “apelo” do secretário foi solenemente ignorado. E se assim o foi, pensou-se apenas em ajudar não a policia em si, mas o cidadão sinopense que nos últimos meses tem sido vítima da violência causada pela degradação social e porque não dizer moral, que atinge todo país.

Ao tomar conhecimento dos números da violência em Sinop, o secretário disse que os números não eram assim tão assustadores e que ela estava presente em todos os níveis da sociedade. Contestar os números apresentados pela polícia não é atribuição do secretário em questão; cabe a ele gerir mecanismos que efetivamente contribuam para a diminuição desses números.

A sociedade tem sido compelida a fazer cobranças veementes, e, quando a resposta vem em discursos defensivos, empurrando o ônus da insegurança aos governos anteriores, a própria sociedade é obrigada a fazer o trabalho.

O fio de esperança na melhoria na segurança vem de ações como as desenvolvidas em Sinop, onde empresários vitimas de assalto, vereadores e poder executivo se unem para consertar viaturas e motocicletas da polícia militar, dando a eles a condição de trabalho.

É vergonhoso um país que tem uma das maiores economias do mundo, necessitar da esmola da sociedade para reverter a ela mesma os benefícios garantidos em lei. Pior que isso, somente saber que estatisticamente somente 24% dos ladrões, assassinos e estupradores irão para trás das grades.

Clayton Cruz é jornalista em Sinop

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