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Ministério do Meio Ambiente e as Politicas Locais II

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Longe de querer criticar os madeireiros e agricultores, ou de querer compará-los com a criminalidade, o propósito maior de meu artigo anterior era chamar a atenção da sociedade, principalmente da classe política e das organizações sociais, sobre os novos rumos que a questão ambiental esta tomando.
Entendo que os madeireiros e agricultores, assim como os empresários, classe da qual faço parte, sofrem diariamente para manter suas atividades, oprimidos por uma carga tributária absurda, leis trabalhistas arcaicas e instabilidades comerciais, financeiras e política.
O mais preocupante não são os fatos que vem acontecendo, mas sim como lidaremos com isto daqui para frente:

– Temos pessoas realmente capacitadas para assessorar os madeireiros, agricultores e empresários a tratar as questões de degradação ambiental?
– Promoveremos cursos, seminários e encontros para discutir os problemas ambientais de forma séria e propor soluções em conjunto?
– Teremos exemplos de atitudes ambientalmente correta para mostrar e negociar concessões perante os órgãos de fiscalização?
– Envolveremos a sociedade organizada no formalmente no processo decisório, de maneira que as nossas solicitações representem o interesse de toda a sociedade?
– Estaremos organizados de maneiras a não ser reféns da corrupção nos órgãos públicos?
– Como faremos para prevenir a criminalidade, a degradação ambiental e social causada pelo rápido crescimento populacional das cidades da região?

Estas são questões complexas e não serão resolvidas sem a participação de toda a sociedade. Ao contrário, tendem a se tornarem cada vez mais graves.
Na questão de meio ambiente o problema não é apenas local ou passageiro. Acompanhando os noticiários observa-se uma clara tendência internacional de promover a conservação do meio ambiente e, assim como acontece no caso da sanidade animal, barreiras poderão e serão impostas aos paises que não respeitarem o meio ambiente. As verbas de agências financiadoras nacionais e internacionais estão cada vez mais vinculadas ações que respeitem o cidadão e o meio ambiente.

Não é uma questão de ser um governo petista. Esteja quem estiver no poder, terá de conciliar os interesses econômicos com as exigências internacionais.
Infelizmente não estamos preparados para lidar com a situação. Como poderão os cidadãos fazerem o certo se não sabem o que é certo e ninguém promove a socialização do conhecimento?
Pretendia com meu artigo anterior incitar a todos, incluindo aqui as entidades ambientalistas, à organizar debates, fóruns, cursos, palestras a respeito do meio ambiente, e suas leis e perspectivas futuras. Criar conselhos de meio ambiente que representem realmente a sociedade. Preparar relatórios que demonstrem os interesses da sociedade norte-matogrossense como um todo e usá-lo para cobrar ações concretas de nossos governantes.

Mas, a quem cabe tomar a iniciativa de coordenar esse processo?
Eu, pessoalmente, acredito que cabe a nossos governantes locais, através de suas Secretárias de Meio Ambiente, iniciar e coordenar este processo.
Se ignorarmos a questão ambiental agora, no futuro a conta a ser paga será muito maior.

Jaime Figueiredo – Ecofloresta – Grupo Ambiental de MT

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