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Sinop: adiado para o ano que vem júri popular de marido e policial acusados de matar enfermeira; prisões mantidas

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Só Notícias/Herbert de Souza (foto: Só Notícias/arquivo)

A Justiça de Sinop adiou para o dia 28 de março do ano que vem a data do julgamento dos dois acusados de envolvimento no assassinato da enfermeira Zuilda Correia Rodrigues, 43 anos, ocorrido em setembro de 2019. Irão a júri popular o ex-marido da vítima, Ronaldo Rosa, e o ex-policial militar Marcos Vinicius Pereira Ricardi, de 26 anos.

Inicialmente, conforme decisão assinada em março deste ano, o julgamento seria no dia 18 de agosto. Posteriormente, foi adiado para 27 de outubro e, depois, redesignado para 10 de novembro. Agora, foi novamente remarcado, já que uma testemunha, considerada imprescindível, não poderia comparecer.

A Justiça de Sinop também reanalisou as prisões dos dois réus e entendeu que ambos devem continuar na cadeia. “A gravidade da conduta praticada, em tese, pelos denunciados está revelada diante das circunstâncias em que foi desenvolvida a ação, uma vez que o crime, em tese, foi praticado por motivo fútil, consubstanciado nos desentendimentos anteriores envolvendo questões intrafamiliares de cunho conjugal e patrimonial, meio cruel, diante da extrema violência, tendo a vítima sido morta mediante esganadura, mediante recurso que dificultou a defesa da vítima, visto que a vítima fora colhida de surpresa, em seu veículo, pelo próprio companheiro e por seu comparsa, além de ter sido cometido no âmbito da violência doméstica e familiar”, consta na decisão.

No ano passado, os desembargadores da Primeira Câmara Criminal do Tribunal de Justiça mantiveram inalterada a sentença proferida pela juíza Débora Roberta Pain Caldas, que determinou que Ronaldo e Marcos fossem levados a júri popular. A magistrada decidiu, ainda em 2020, que a dupla deveria ser julgada por homicídio qualificado, cometido de maneira cruel, mediante recurso que dificultou a defesa da vítima e contra mulher em razão do gênero (feminicídio).

No caso do ex-policial militar, ela acrescentou ainda uma qualificadora de crime cometido supostamente mediante recompensa. Por outro lado, para o marido da vítima, ela acrescentou a qualificadora do motivo fútil. A juíza também pronunciou os dois por ocultação de cadáver.

Conforme Só Notícias já informou, o esposo de Zuilda foi preso, em outubro de 2019, no Camping Club. Na única declaração que deu à imprensa, ao ser conduzido à delegacia pelos investigadores, disse ser inocente. Os policiais o monitoraram por cerca de 10 horas e estavam com mandado judicial para prendê-lo. Durante o interrogatório, ele permaneceu em silêncio.

O policial – que posteriormente acabou sendo desligado da PM – foi o primeiro a ser preso e revelou que o corpo da enfermeira havia sido jogado em uma tubulação, nas proximidades do centro de eventos Dante de Oliveira. Confessou ainda ter participado do espancamento que resultou na morte de Zuilda. Ele acusou o marido da enfermeira de também ter cometido as agressões.

O esposo de Zuilda tinha um ponto de venda de espetinhos, no centro da cidade, onde o policial militar trabalhava fazendo entregas, uma vez que estava afastado da corporação. Conforme a versão inicial apresentada pelo militar, a tentativa seria dar um susto na enfermeira simulando tentativa de assalto e a situação teria saído do controle.

Zuilda era funcionária de um hospital e desapareceu no dia 27 de setembro de 2019. Ela foi velada e sepultada em Sinop.

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