Será no dia 10 de novembro, em Sinop, o julgamento do principal suspeito de assassinar Artêmio Ritcher, 54 anos. O empresário foi morto a tiros, em agosto de 2020, na própria madeireira, no setor industrial do município de Cotriguaçu (600 quilômetros de Sinop).
Em fevereiro deste ano, conforme Só Notícias informou em primeira mão, o Tribunal de Justiça acatou o pedido de desaforamento feito pelo Ministério Público do Estado (MPE) e determinou que o júri fosse realizado em Sinop. O único preso pelo crime confessou que recebeu R$ 150 mil para executar Artêmio.
Porém, o mandante do homicídio ainda não foi identificado, um dos argumentos que o Ministério Público apresentou ao Tribunal de Justiça para pedir a mudança do local. Além da alta periculosidade do réu, a Promotoria também afirmou que a não identificação do mandante poderia causar “temor aos julgadores, de modo a prejudicar o desfecho do julgamento em plenário”.
O Ministério Público também citou que a vítima era pessoa bastante conhecida no meio social e político em Cotriguaçu e que havia se envolvido em “episódios conflituosos com alguns munícipes”. Outro ponto que poderia prejudicar o julgamento, conforme o MPE, seria uma “conturbada ação judicial de divórcio” entre Artêmio e a ex-esposa, o que “gerou impacto e cisão nos moradores de Cotriguaçu, sendo que alguns manifestaram apoio público ao ofendido e outros descontentamento com a sua pessoa”.
Os argumentos foram acatados pelos desembargadores da Turma de Câmaras Criminais Reunidas, que, por unanimidade, votaram pela mudança do julgamento para Sinop. “Frise-se, neste ponto, que a vítima fatal é amplamente conhecida na região, empresário no ramo do extrativismo de madeira, inclusive com vínculos na política, o que, somado ao fato de o crime ter sido praticado por um ‘matador de aluguel’, contratado por pessoa não identificada, compromete a imparcialidade do júri, mormente em se tratando de cidade pequena, em que as pessoas são conhecidas, com maior facilidade de influências externas sobre o corpo de jurados”, disse o relator, Pedro Sakamoto, em fevereiro.
O réu será levado a júri por homicídio qualificado, cometido mediante paga ou promessa de recompensa e recurso que dificultou a defesa da vítima. Na decisão que definiu a data do julgamento, a Justiça de Sinop também decidiu que o suspeito deverá continuar na cadeia. Ele está preso na penitenciária de Trindade (GO).
Segundo apurado pela Polícia Civil, o pistoleiro foi até a madeireira, aproximou-se de Artêmio e efetuou os disparos. A vítima morreu na hora. Outra pessoa que estava no local também foi atingida na perna. Por este crime, o acusado será julgado por lesão corporal grave.