O Ministério Público do Trabalho em Mato Grosso (MPT) instaurou notícia da fato para apurar eventuais danos à saúde de trabalhadores no caso do incêndio ocorrido em estabelecimento da Luft Logistics Agribusiness em Sorriso, no último dia 8, que gerou muita fumaça na cidade e com algumas pessoas sentido-se mal. “Como as causas do incêndio ainda são desconhecidas, a coordenação executiva do Fórum Estadual de Combate aos Impactos dos Agrotóxicos e a equipe da Procuradoria do Trabalho no Município de Sinop, onde tramita a NF, reuniram-se, no dia 13 de outubro, para trocar informações e sugestões de atuação”, informa a assessoria.
O encontro contou com a presença do procurador do Trabalho Bruno Choairy, coordenador do fórum, da procuradora do Trabalho Thalma Rosa de Almeida Furlanetti e do procurador-chefe do MPT, Danilo Nunes Vasconcelos. Pela UFMT, participaram o professor e pesquisador Jackson Rogério Barbosa e a professora doutora Márcia Montanari, além do auditor-fiscal do Trabalho Silvio Teixeira, da superintendência Regional do Trabalho de Mato Grosso.
O procedimento instaurado vai direcionar suas ações para verificar os eventuais danos à saúde dos trabalhadores, enquanto o Fórum atuará de forma mais abrangente, em relação às condições ambientais. Foram expedidos ofícios à secretaria de Saúde de Sorriso requerendo informações sobre as medidas de vigilância adotadas a partir do incidente, inclusive quanto ao controle da situação de risco e a prefeitura solicitando cópia do Zoneamento Urbano, de modo a verificar a possibilidade de armazenamento de agrotóxicos nas intermediações da zona urbana. O Instituto de Defesa Agropecuária de Mato Grosso (INDEA) deverá prestar informações sobre o armazenamento de agrotóxicos por parte de empresas de transporte/logística relativas aos últimos dois anos.
O MPT aponta que, “por conta da densa fumaça, 24 pessoas, entre elas nove bombeiros, precisaram ser encaminhadas para atendimento médico. A fumaça espalhou-se pela cidade e a Defesa Civil chegou a emitir alerta para que os moradores permanecessem em casa com as janelas fechadas, em razão dos possíveis riscos à saúde por inalação de produtos tóxicos. De acordo com o Corpo de Bombeiros, ninguém se feriu e as chamas foram controladas a tempo de não se espalharem para outros armazéns”.
O MPT quer esclarecer se o fogo foi em um galpão que armazena agrotóxicos. “Em nota, a empresa negou a informação e afirmou que o fogo ficou restrito ao armazém de sementes”, acrescenta a assessoria do Ministério Público do Trabalho.