É incrível o quanto a agricultura e pecuária brasileira tem se transformado. Olhando para os modelos de produção da década de 70, onde pouco havia de resultado em inovação para a produção de alimentos nos trópicos, até hoje a mudança é profunda e positiva. Passamos pela revolução verde, multiplicamos a quantidade produzida por hectare, mitigamos gases de efeito estufa com as tecnologias ABC (agricultura de baixa emissão de carbono) e agora precisamos dar celeridade e segurança para a agricultura e pecuária regenerativa.
Regenerativa tem uma intensa relação com a regeneração dos solos. Diferente da agricultura de baixa emissão de carbono, ela prevê que a produção agropecuária mantenha todos os ciclos hidrogeoquímicos, e não apenas o carbono, no solo. É um conceito mais amplo. As tecnologias preveem que a produção de alimentos aumente, por exemplo, a quantidade de água disponível no solo e garanta a continuidade dos ciclos.
A utilização de biológicos é um pilar muito estratégico, com uma trajetória que passa pela redução de produtos químicos para buscar soluções que aumentem a produtividade e literalmente imitem processos da natureza. É um casamento com o que os europeus gostam de chamar de “soluções baseadas na natureza”.
Além do uso dos biológicos como estratégia em áreas produtivas, a biodiversidade é fundamental nas paisagens agropecuárias. Isso se dá por meio da produção com conservação e aumento da fauna e flora nativa. Esta técnica, ainda que seja difícil de mensurar no curto prazo, é o que garantirá a continuidade da produção e produtividade nas próximas décadas.
Há ainda um outro pilar fundamental na agricultura regenerativa: as pessoas. Todo esse modelo produtivo deve, necessariamente, melhorar a renda das famílias, aumentar a produção de alimentos, sempre olhando para a segurança alimentar, empoderar as mulheres e criar conexões entre o campo e a cidade.
A empresa brasileira Natura é mundialmente conhecida por isso. E o agro produtor de commodities em larga escala tem todas as condições de alcançar os pilares estratégicos da regeneração.
A agropecuária brasileira pode ser líder nesse novo conceito. Mas, é preciso comprovar isso. Por isso, que certificações e processos de garantia são tão importantes. Mensurar, reportar e verificar o que ocorre antes e depois de utilizar tecnologias regenerativas. Não adianta ser um conceito apenas de pesquisa, de ciência. Tem que ir para o campo. E tem que ser certificado por uma terceira parte. O consumidor pede por isso e nós estamos aptos a oferecer.