O conselheiro Sérgio Ricardo, que lidera Comitê Ambiental do Tribunal de Contas de Mato Grosso, propôs a criação do projeto “Amazônia Sem Fronteiras” durante o primeiro Congresso Ambiental dos Tribunais de Contas, em Manaus, onde foi debatido “o desenvolvimento sustentável na Amazônia e a atuação dos órgãos de controle no combate ao desmatamento ilegal”. Ele manifestou que, “assim como existe o programa Médicos Sem Fronteiras, proponho a criação da Amazônia Sem Fronteiras. Não tem fronteiras para quem quer ajudar a cuidar. Todos podem ajudar, todos podem cuidar, todos aqueles que se arrependeram de destruir suas florestas lá em seus países, podem vir aqui ajudar, proteger a nossa”, disse.
A proposta, de acordo com Sérgio, se estende a pessoas, empresas e instituições. “A floresta Amazônica é o pulmão do mundo, é o filtro do mundo. Então a gente tem que cuidar dela como como cuidamos de nós mesmos”, manifestou, ao mediar o debate sobre o Uso de Tecnologias para o Monitoramento e Fiscalização do Desmatamento Ilegal na Amazônia nas Unidades de Conservação (UCS), Terras Indígenas (TI’s) Áreas de Preservação Permanente (APPs).
“Hoje Brasil tem controle, tem satélites e instituições que conseguem detectar o incêndio perfeitamente, mas de todos os alertas, estima-se que de 80% a 90% não foram atendidos, as autoridades não conseguiram chegar lá. A identificação é importante, mas a prevenção é muito mais”, acrescentou. O conselheiro destacou ainda o papel dos Tribunais de Contas na manutenção da floresta. “Somos nove Estados na Amazônia. Os Tribunais têm função fiscalizadora e podem trabalhar nisso. Já pedi informações aos municípios para saber o que estão fazendo, como estão lidando com o desmatamento, qual o tamanho de sua área na Amazônia.”
Sérgio Ricardo destacou que Mato Grosso é o único Estado brasileiro que abriga três biomas: Amazônia, Cerrado e Pantanal. Assim, chamou a atenção para os altos índices de queimadas que atingem os três biomas todos os anos, sejam em decorrência de incêndios criminosos ou casuais, lembrou a comissão do Comitê Ambiental do TCE-MT, que, além de atuar em todos os processos que envolvem o tema no âmbito da Corte de Contas, também é responsável pelo desenvolvimento de ações educativas e de conscientização, como por exemplo, o Mês do Meio Ambiente.
Ele concluiu detalhando a ação de reflorestamento proposta pelo comitê e sobre a importância de ações educativas e de conscientização, que incluem a distribuição e material informativo no evento. “É esse tipo de iniciativa que muda a consciência. Um dos braços principais é a educação. Temos que chamar a todos para esse comprometimento, porque a Amazônia não é de ninguém, ela não tem fronteiras, ela é do pulmão de todos nós”.