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Profissionais de enfermagem protestam em Sinop contra suspensão do piso salarial

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Só Notícias/Ana Dhein (foto: reprodução - Atualizada às 16h46)

A classe de enfermagem em Sinop está fazendo manifestações após a justiça suspender os efeitos da lei do piso salarial da enfermagem. Esta manhã, profissionais protestaram em frente ao fórum da Justiça do Trabalho, no centro da cidade. Um dos integrantes da categoria, Alaf Diego de Camargo, informou que na sexta-feira o grupo irá até o ministério Público do Trabalho na tentativa de protocolar uma ação coletiva e para exigir uma reação sobre o piso salarial. Amanhã, o grupo estará com carro de som percorrendo alguns pontos da cidade.  Eles aguardam respostas até a próxima semana e caso não sejam ouvidos farão paralisação.

A lei que criou o piso salarial estabeleceu a remuneração de R$ 4.750 para os enfermeiros, mas também para técnicos de enfermagem, que devem receber ao menos 70% desse valor, e auxiliares de enfermagem e parteiras (50%).

“Nossas ações a partir de amanhã serão referentes as nossas condições de trabalho, aqui em Sinop. A maioria dos profissionais trabalha em hospitais, clínicas, home cares, boa parte das empresas não assina mais a Carteira de Trabalho de enfermeiros. Então, temos que trabalhar 12h por 36h e muitos acabam trabalhando 36h e folgando 12h. Nós não temos direito a férias na maioria dos lugares”, apontou Alef, ao Só Notícias.  Ele relatou que os profissionais não recebem pelo tempo que ficam afastados por motivo de doença, citando o exemplo da pandemia. “Se adoecemos, como exemplo a linha de frente do Covid, todos que tiveram a doença e se afastaram por doença ficaram todos esses dias sem receber”, mencionou.

“Nós não temos outra opção porque se não trabalharmos em dois, três lugares, não conseguimos alcançar nem o valor do piso hoje. Essa jornada de dois, três empregos afetam diretamente a população. As pessoas reclamam do atendimento, porque parece que o pessoal parece estar morrendo de sono e realmente estão, as vezes a pessoa está voltando de 36h de plantão, não tem como dar uma assistência de qualidade.

O ministro do STF Luís Roberto Barroso suspendeu hoje a lei que criou o piso nacional de enfermagem e deu prazo de 60 dias para que Estados, municípios e o governo federal informem os impactos que o texto traz para a situação financeira de cidades e estados, a empregabilidade dos enfermeiros e a qualidade do serviço de saúde.
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