A mãe do piloto Robert Bento dos Santos Menegace, 25 anos, de Novo Progresso, no Sul do Pará, gravou um vídeo e divulgou nas redes sociais pedindo apoio das autoridades brasileiras para que façam uma busca pelo filho. O piloto desapareceu dos radares em junho, em uma área de mata entre Roraima e a Venezuela.
“Parece que estão o abandonando como se fosse um cachorro dentro daquela mata. Isso não pode acontecer. Ele é um ser humano, é um brasileiro e merece nossa atenção. Já fiz o que podia, mas não consigo fazer mais. Eles falam que é muito difícil, que é como procurar uma agulha no palheiro. Mas se nunca existiu uma procura, não tem como saber. Eu peço que ao menos façam uma busca para depois lavarem as mãos”, disse Sandra Regina dos Santos.
Além do vídeo, Sandra também fez um comentário na página do presidente Jair Bolsonaro, pedindo apoio, mas não obteve resposta. “Eu gravei outro vídeo, que já parou nas mãos das autoridades, que estão cientes do desaparecimento. O que me consome é que até hoje não foi feita uma busca precisa. Ninguém sequer tentou. Isso destrói a gente por dentro. Ninguém tenta fazer nada. Já pedi para as autoridades fazerem uma busca ao menos no território brasileiro, no trajeto que ele faria. Já vai fazer 30 dias e eu não consigo nada”.
A mãe do piloto também revelou que tentou contato com as autoridades venezuelanas, porém, também não conseguiu apoio. “Eles até responderam, dizendo que quem tem que fazer esse trâmite é a Força Aérea, mas eles já têm ciência de tudo e ninguém está fazendo nada. E isso é horrível. Eu poderia até descansar se eu soubesse o que houve. Se eu não tiver essa resposta eu vou ficar a vida inteirinha olhando para o meu celular, acreditando que alguém vai me ligar e dizer que o meu filho está lá”.
A mãe de Robert disse que o piloto decolou com destino a áreas de garimpo, onde faria a entrega de alimentos. Após fazer duas paradas, o avião sumiu dos radares. De acordo com o relato de indígenas, o monomotor pilotado por Robert foi visto nas proximidades da área Yanomami e aparentava estar com problemas.
“Segundo eles, estava chovendo nessa hora e o avião parecia estar tendo uma ‘pane’, depois sumiu. A esperança é que tenha feito um pouso em alguma aldeia na região e não tenha conseguido avisar por conta da dificuldade de comunicação”, disse a mãe de Robert, logo após o desaparecimento, em entrevista ao Uol.
Segundo ela, o filho tem contato com a aviação desde os 17 anos, porém, apenas em 2022 é que obteve a autorização para pilotar, após concluir o curso. Este ano, Robert recebeu uma proposta de trabalho e se mudou do Pará para Roraima.
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