O Grupo de Atuação Especial no Combate ao Crime Organizado está cumprindo mandado de busca e apreensão na sede da secretaria municipal de Saúde de Sorriso. Os trabalhos estariam relacionados a investigação que o Ministério Público/GAECO tem feito sobre desvios de recursos da prefeitura em fraudes em pagamentos de serviços prestados na área de saúde (dentre eles cirurgias) e as fraudes envolveriam empresas prestadoras de serviços. Na operação Hígia (na mitologia grega deusa da preservação da Saúde) a justiça expediu ordens de apreensão e sequestro de bens. O GAECO informa que a estimativa de prejuízo aos cofres públicos passa de R$ 3 milhões.
A ordem autoriza apreensão de documentos, computadores, notebooks, tabletes, celulares e também dispositivos de armazenamento de dados. Havia manifestação para que fosse realizada busca e apreensão na residência de uma das servidoras investigadas, mas foi removida, “haja vista o Ministério Público ter asseverado que, no momento, o local não apresenta interesse para as investigações”, consta na decisão.
No mandado, também foi decretada a quebra de sigilo de dados dos arquivos de áudio, vídeo, imagens, documento e arquivos de texto, registro de chamadas discadas, recebidas e não recebidas, mensagens enviadas e recebidas por WhatsApp, SMS e outros aplicativos semelhantes, dos dispositivos encontrados no local, bem como discos rígidos. Em seguida, esses equipamentos serão encaminhados à Perícia Oficial e Identificação Técnica.
A perícia deve ser realizada no prazo de 20 dias, quando será apresentado relatório com todos os dados extraídos.
De acordo com o procurador jurídico da prefeitura de Sorriso, Daniel Melo, a busca e apreensão foi executada na sala que era utilizada pelo apoio judicial. “Como todos têm conhecimento, num passado muito recente fizemos a denúncia de supostas irregularidades que encontramos na secretaria de Saúde junto ao GAECO, e hoje o poder judiciário defere o mandado de busca e apreensão exatamente na sala que era do apoio judicial, que era o apoio dado por aquele pessoal que supostamente cometeu alguns atos criminosos”, disse.
Ainda segundo o procurador, a sala em questão estaria lacrada desde a denúncia. “O secretário anterior lacrou essa sala e entregou a chave ao GAECO, quando do fechamento da exoneração dos servidores. Hoje essa sala foi reaberta, o delegado, com a equipe do GAECO, está ali, vai levar todos os documentos que estiverem nessa sala, vamos acompanhar e prestar todo auxílio”.
Melo também garantiu que a denúncia partiu da própria prefeitura e a ação já era esperada. “Levamos os documentos e esperamos que o mesmo aconteça na secretaria de Cidades. A administração procurou, fez a denúncia, levou os documentos, entregamos a chave da sala ao GAECO”. “Queremos uma resposta para que a gente possa continuar trabalhando. Quem deve ou quem errou que procure o judiciário e responda posteriormente lá. O município não pode parar”.
A operação é feita com apoio das unidades do GAECO de Cuiabá e Cáceres.
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