Lucas do Rio Verde recebeu esta semana o professor doutor da Universidade Federal de Mato Grosso, Rafael Arruda, que deu continuidade ao projeto “Morcegos de Mato Grosso”. O objetivo principal é mapear as espécies de morcegos existentes no município.
A pesquisa de campo foi iniciada há alguns meses e consiste em realizar a coleta desses animais para saber a qual espécie pertencem e onde eles ocorrem, sejam em áreas urbanas ou naturais, além de auxiliar na descoberta de animais que vivem em áreas urbanas se eles podem ter vírus, bactérias ou fungos que sejam prejudiciais aos humanos comparados com os morcegos silvestres. Para a atividade, que finaliza na próxima semana, a equipe contou com apoio da Vigilância em Saúde e a Secretaria de Agricultura e Meio Ambiente de Lucas do Rio Verde.
As pesquisas são desenvolvidas no Laboratório de Quiropterologia Neotropical da UFMT, em parceria com diversos outros laboratórios do Hospital Veterinário. Além de contar com apoio dos alunos Dante Noronha de Mello Franco, formado em Engenharia Florestal, Darolaine Tatiana Alves Batista, médica veterinária, Gabriele Aparecida Iaschombek, formada em Zootecnia bem como Amanda Carin Sousa Scabeni.
“Nosso trabalho em Lucas está sendo muito proveitoso, colhemos cinco morcegos até o momento, que serão encaminhados aos laboratórios de patologias e em seguida examinados. Primeiro nós fazemos essa triagem para ver se está tudo bem. Espero que daqui até novembro já tenhamos um trabalho preliminar com a fauna dos morcegos em Mato Grosso. Nós vamos conseguir compilar os trabalhos já desenvolvidos e em alguns meses, em parceria com a Secretaria de Saúde e Meio Ambiente, já vamos ter um panorama dos diagnósticos positivos de raiva aqui e no estado”, pontua.
Segundo a supervisora da Vigilância em Saúde, Cláudia Regina Engelmann, o estudo com os morcegos é relevante. “Sabemos que os morcegos têm grande importância ao nosso meio ambiente, e conhecer as características e possíveis doenças nos auxilia no combate a transmissões aos seres humanos que podem acontecer, como no caso da raiva. Por esse motivo, fica o nosso alerta à população para vacinar anualmente seus animais domésticos contra a raiva, pois os mesmos podem sofrer ataques de morcegos contaminados e gerar a transmissão do vírus aos humanos”, explica.
A secretaria de Agricultura e Meio Ambiente acompanhou as capturas dos morcegos, que, de acordo com a médica veterinária, Silva Krauser, são fundamentais para um bom estudo. “Esse é o nosso papel, mostramos os pontos, como Lago Ernani Machado, Parque dos Buritis, na região dos entornos e chácaras, a fim de que possamos encontrar possíveis morcegos positivos para raiva, que, uma vez capturados, agiliza o processo de estudo e aquisição de reagentes”, finaliza.