O Tribunal de Justiça manteve inalterada a pena pelo homicídio aplicada ao policial militar Thiago Alves Colon, que assassinou o marido da prima, Ricardo de Oliveira Evangelista, 40 anos. O crime foi cometido no começo de outubro de 2020, em uma residência no bairro Flamboyants, durante uma confraternização familiar.
No ano passado, Thiago foi a júri popular e acabou condenado a 18 anos e cinco meses de reclusão, em regime fechado. A pena abrangia os crimes de homicídio (contra Ricardo) e também lesão corporal cometidos contra outras duas pessoas que estavam no local. Ao ingressar com recurso, a defesa pediu a redução da pena-base dos crimes de homicídio e lesão corporal gravíssima para o mínimo legal, “afastando a valoração negativa das circunstâncias e consequências do delito”
Para os desembargadores da Terceira Câmara Criminal, a pena-base pelo assassinato foi corretamente calculada. “Com relação ao delito de homicídio, idônea a valoração negativa conferida às circunstâncias e consequências do delito, eis que o fato de o homicídio ter ocorrido na residência da própria vítima, em uma confraternização familiar, com os ataques presenciados em frente de vários membros da família, justifica a maior reprovação da conduta do réu, assim como o fato de o ofendido ter deixado filho menor de idade desprovido de sua presença e contribuição para o sustento, além do trauma sofrido, extrapola as consequências ínsitas ao crime de homicídio e justifica o acréscimo na pena-base”, consta no acórdão.
Já em relação ao crime de lesão corporal, o voto foi pela redução da pena-base. O quantitativo de pena, no entanto, não consta no acórdão da Terceira Câmara Criminal. Thiago segue preso em Mato Grosso.
De acordo com a denúncia do Ministério Público Estadual (MPE), durante a confraternização, o policial começou a aplicar golpes de “mata-leão” nas vítimas, que entenderam a atitude como uma brincadeira. No entanto, a mulher do militar repreendeu o marido e ameaçou ir embora do local, caso ele não parasse com aquelas “atitudes”. Thiago, então, ainda permaneceu um tempo no local, quando “inesperadamente anunciou que iria embora, e saiu tomando rumo ignorado”.
Cerca de 40 minutos depois, o policial retornou em posse de duas facas. A denúncia narra que ele foi até Ricardo e o atingiu com dois golpes no tórax. Com a vítima caída, ainda acertou outra facada. Dois homens que estavam no local tentaram conter o militar, mas também acabaram sendo atingidos.
O PM foi preso no dia do crime e, na época, estava afastado da atividade profissional. Ele foi conduzido ao 26º Batalhão de Nova Mutum e, em seguida, transferido para o presídio militar de Santo Antônio de Leverger.
As três vítimas foram encaminhadas pelo Corpo de Bombeiros ao Hospital Instituto Santa Rosa no município. Ricardo não resistiu aos ferimentos e morreu na unidade. Ele foi sepultado em Araçatuba (SP).