O presidente da Assembleia Legislativa, Eduardo Botelho (União), definiu como ‘demagogia’ a mobilização que a bancada federal de Mato Grosso está fazendo sobre situação da BR-163, após a audiência pública realizada ontem e definiu que os senadores e deputados federais estariam chamando o governo Bolsonaro de ‘incompetente’ ao proporem a estadualização da rodovia.
“Já começaram fazer demagogia em cima disso e eu estou fora disso. Nós queremos realização e pela reunião que eu vi ontem, não vai ter solução a curto prazo. E os senadores nossos precisam tomar uma posição verdadeira. Querer que estadualize [a BR-163] para que o Estado faça isso e use o dinheiro do MT-PAR, então estão chamando o governo federal de incompetente. Se o governo federal não pode fazer e o Estado pode. Então é incompetência do governo federal”, disse, hoje, durante a sessão plenária. “Se não tem solução, eu estou fora. Mas vou ficar cobrando porque falar que daqui 2 anos terá um projeto para fazer concessão de novo (…) é só enganação. A audiência de ontem mostrou que é só conversa fiada”, completou.
Botelho vem criticando a proposta apresentada pelos senadores Wellington Fagundes (PL) e Fábio Garcia (União) para que o Estado participe de uma nova concessão para a BR-163 com recursos do MT-PAR. Segundo o deputado, os recursos do MT-PAR são específicos para incentivar empresas dentro do Estado e não resolver problemas que seria da União.
“Não vi o modelo. Temos que discutir, mas o dinheiro da MT-PAR é para fazer incentivo dentro do Estado. A BR é responsabilidade da União, já arrecadaram bilhões ali e agora vem tirar o dinheiro do Estado que tem que fomentar a agricultura familiar?”, questionou logo que a proposta foi apresentada ao governador Mauro Mendes (União).
Botelho se coloca contra a proposta porque, segundo ele, recursos foram “surrupiados” durante o período que a empresa controla a rodovia, no trecho de Sinop a divisa com Mato Grosso do Sul.
Conforme Só Notícias já informou, a empresa concordou com a devolução amigável da concessão e o governo federal prossegue com os procedimentos internos para definir nova licitação de concessão do trecho. A tendência é que todo o processo seja concluído até dezembro ou no primeiro trimestre do ano que vem, segundo expectativa da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) em Mato Grosso que iniciou, há mais de dois anos, mobilização para exigir da concessionária que cumprisse o contrato para fazer, por exemplo, a duplicação de Sinop ao Posto Gil (Diamantino) onde há grande volume de acidentes com mortes. O presidente da comissão, Abel Sguarezi, afirmou mês passado, que a concessionária tem 150 penalidades.