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Bancário que pegou pirarucu de 150 quilos no Teles Pires no Nortão revela ‘surpresa’; bióloga explica ‘invasão’ da espécie na região; vídeo

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Só Notícias/Kelvin Ramirez (foto: arquivo pessoal)

O gerente de banco, Thiago Napolitano, teve um dia de pescaria atípico na última semana, enquanto pescava no rio Teles Pires, em Carlinda (280 quilômetros de Sinop). O bancário fisgou um Pirarucu de aproximadamente 150 quilos e precisou de quase uma hora para colocar o peixe dentro do barco. Acompanhado do tio e do primo, ele registrou e postou nas redes sociais, onde rapidamente viralizou.

“Estávamos pescando há uns 40 minutos naquele lugar, quando o peixe bateu. Foi uma surpresa muito grande ter pegado, pois é um peixe de um porte muito grande. Demoramos 56 minutos para tirar ele e usei uma carretilha de perfil baixo, linha 018 e com uma isca viva de Tuvira”, explicou Thiago, ao Só Notícias.

Apesar de pescar com frequência, Thiago revelou que foi a primeira vez que pescou um peixe desse tamanho. “Meu hobby é pescaria, mas nunca peguei desse tamanho. Já pesquei de 30 quilos, mas daquele tamanho nunca. A gente o ergueu em quatro pessoas e amarramos ele”, finalizou.

A professora e doutora em Biologia, Lucélia Nobre Carvalho, explicou ao Só Notícias,  que nos últimos anos o registro da presença do Pirarucu vem crescendo na região. “Tem sido observado desde 2016, com a presença de alguns indivíduos e algumas larvas indicando que a espécie estava reproduzindo na região. A ação que promoveu a introdução desta espécie invasora foi o escape de tanques de piscicultura. Em 2020, já estava sendo relatado a abundância de pirarucu nas lagoas da região do município de Sinop, com presença de grandes indivíduos”, explicou.

Lucélia também detalha como o Pirarucu vem se adaptando e ‘brigando’ por espaço com outras espécies. “Quando a espécie invasora ocupa o local, ela vai competir com as espécies antigas. Competir por alimento, espaço, podendo até modificar a qualidade da água, devido ao desequilíbrio gerado na cadeia alimentar. A mudança de um ambiente lótico (corredeiras e rios) para um ambiente lêntico (lagos, lagoas e represas) favorece a presença e permanência desta espécie que é adaptada a lagoas na bacia amazônica”.

Um dos fatores que vem ajudando o aumento da presença dessa espécie é a construção de usinas. “As inúmeras usinas construídas no rio Teles Pires criaram habitat favorável para a proliferação de espécies como o pirarucu. Deste modo, estas mudanças nos rios da região podem levar a expansão rápida do pirarucu. O pirarucu reproduz em ambientes sem correnteza e constrói ninhos nas áreas marginais de lagoas e lagos”.

Por fim, a professora destaca que é necessário acompanhamento da espécie na região, tendo em vista que pode causar desequilíbrio natural. “É uma espécie carnívora de topo de cadeia ele se alimenta de outros peixes, como lambaris e pacus, por exemplo, podendo levar à extinção as espécies de peixes nativas por predação, caso a população continue há aumentar. E competir com espécies de mesmo habito como traíras e tucunarés. É urgente o monitoramento desta espécie e o acompanhamento pelos órgãos ambientais para um manejo e evitar que o pirarucu passe a ser uma espécie dominante. E o cuidado com os escapes de pisciculturas”, finalizou.

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