O perito criminal Luciano Nogueira, da Perícia Oficial e Identificação Técnica (Politec) de Sorriso, detalhou ao Só Notícias, que preliminarmente foi possível constatar que houve invasão de pista por parte da carreta na colisão com a van, que matou duas pessoas e deixou 15 feridas, na segunda-feira à noite, na MT-449, trecho entre Lucas do Rio Verde e Tapurah. O condutor da van, Charles Sampaio Teles, 54 anos, e uma criança com menos de um ano faleceram e 15 pessoas ficaram feridas.
“Deu para identificar que essa colisão ocorreu na faixa no sentido regular de tráfego que dá para Tapurah, ou seja, a princípio a teve uma invasão de faixa por parte da carreta. Esse acidente ocorreu bem próximo ao acesso de uma fazenda, então sentido Tapurah na altura daquele quilômetro a esquerda tem essa entrada da fazenda”, explicou.
Luciano apontou que a colisão da van (que levava funcionários até uma fazenda) ocorreu no primeiro semirreboque da carreta, o que indica possivelmente que o condutor fazia alguma manobra no momento. “A van trafegava sentido Lucas-Tapurah e a carreta com dois semirreboques estava no sentindo inverso, aparentemente foi essa a constatação feita lá. Houve um choque. O local da pancada da van foi no lado esquerdo do veículo, na parte da frente inicialmente, do lado do motorista. Na carreta foi na metade do primeiro semirreboque. Ela (carreta) não estava totalmente alinhada com a pista, porque se tivesse alinhada o ponto de colisão seria a lateral da cabine e não o semirreboque”.
O perito avaliou que há duas linhas de investigação sendo apuradas, sendo que o condutor da carreta estaria realizando uma manobra em uma via de acesso para uma fazenda naquele trecho. “Estou trabalhando nisso, que a carreta estava vindo na contramão, ou seja, estava na faixa contrária e por algum motivo ela voltou para a pista original, mas o semirreboque continuou na faixa contrária, ou ele estava saindo da fazenda e fez a manobra de ingressar na rodovia sentindo Lucas e por algum motivo ele invadiu a pista contrária e houve a colisão com a van”, expôs.
“Eu não consigo afirmar que de fato estava se movimentando na rodovia ou se saiu da fazenda, mas o fato é que o semirreboque estava na pista contrária. Ela (van) bateu no semirreboque, perdeu o controle e foi parar na faixa de domínio e sofreu um capotamento/tombamento. O resgate teve que colocar a van na posição original para poder acessar as vítimas. Não consigo afirmar que ela deu uma volta completa, mas pelo menos o tombamento teve. Não consegui identificar no local marcas de frenagens da van, aparentemente não teve reação”, ressaltou.
Luciano disse que a carreta estava sem disco no tacógrafo, onde não foi possível verificar a velocidade no momento da colisão. “Eu investiguei no fato para dar uma olhada no tacógrafo porque se ele indicasse uma velocidade de 60/80 quilômetros era o indicativo que ele vinha pelo sentido de Tapurah para Lucas, mas se tivesse em uma velocidade extremamente baixa ele estaria fazendo a conversão vindo da fazenda, porém para minha surpresa quando eu fui ver (tacógrafo) ele estava sem o disco, então não teve como colocar esse elemento”.
Por fim, o perito ressaltou que houve uma mudança na cena do acidente para o atendimento as vítimas, o que prejudica a apuração. “O local foi um pouco prejudicado, porque teve remoção de veículo do local, pois o caminhão precisou ser removido provavelmente para dar acesso as vítimas, mas para perícia isso deu uma prejudicada, já que o local da colisão é importante ser preservado, porém as vidas estão em primeiro lugar”, finalizou.
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