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Pesquisas desenvolvidas na Unemat serão apresentadas em evento na Alemanha

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Redação Só Notícias (foto: assessoria)

A Universidade do Estado de Mato Grosso (Unemat) estará presente na 20ª Conferência Anual da Associação de Crioulos de Base Lexical Portuguesa e Espanhola (ACBLPE), que acontecerá de 8 a 10 de setembro na Universidade de Augsburgo, na Alemanha. Ao todo seis pesquisas desenvolvidas por doutorandos, professores e egressos da Unemat tiveram trabalhos selecionados para o evento que reúne pesquisadores de todos o mundo.

As pesquisas selecionadas para a Conferência estão ligadas ao Programa de Pós-graduação em Linguística da Unemat (PPGL) e segundo a coordenadora do programa, professora Silvia Regina Nunes, a possibilidade de apresentar esses trabalhos em uma instituição de renome como a Universidade de Ausburgo demonstra a qualidade da pesquisa desenvolvida na Unemat, bem como o compromisso do corpo docente na realização de atividades que visam o fortalecimento e a internacionalização.

Os trabalhos aprovados para o evento, que neste ano tem como tema “Contactos linguísticos como continuum e continuidades epistemológicas na linguística de contacto”, são de três doutorandas, três professores do PPGL e de um egresso da instituição.

Os professores doutores Jocineide Macedo Karim do PPGL/Unemat e Fernando Jesus da Silva da UFMT (egresso do PPGL/Unemat) discutirão os efeitos do contato linguístico entre o português e o espanhol na fronteira Brasil-Bolívia, mais precisamente entre Cáceres-San Matias. Trata-se de um trabalho inédito que busca divulgar a realidade sociolinguística desse espaço fronteiriço e refletir sobre o plurilinguismo presente na região.

A pesquisa da doutoranda Wanessa Rodovalho Melo Oliveira, orientada pela professora doutora Dircel Aparecida Keiler, tem como tema “Costa Rica: um Estudo sobre suas Atitudes Linguísticas”. Este estudo tem como objetivo constatar as atitudes linguísticas dos residentes em Costa Rica – MS para investigar as influências na construção linguísticas e culturais que formaram a identidade desse povo. A pesquisa qualitativa/quantitativa está fundamentada nos autores Bogdan e Biklen (1996), Labov (2008) e Lambert e Lambert (1976). Os participantes mostraram satisfação em fazer a sua identidade e cidade conhecidas.

A doutoranda Áurea Gardeni Sousa da Silva, orientada pelo professor doutor Antonio Carlos Santana de Souza, desenvolve o tema “Língua Portuguesa por Senegaleses no Comércio Informal em Cuiabá – MT”. A pesquisa de doutorado versa sobre senegaleses e o uso da língua portuguesa como vendedores ambulantes na rua 13 de junho/Centro de Cuiabá MT. A doutoranda tem como base teórica e metodológica a Sociolinguística Variacionista fundamenta em Labov.

De acordo com os estudos, o século XXI trouxe fluxos migratórios para o Brasil com novo perfil de imigrantes sobretudo da África e Ásia. E a África é um dos continentes com maior diversidade linguística, sendo que as línguas no Senegal encontram-se transmitidas e empregadas, por exemplo, as línguas pular, serer, diola, malinka, soninquê e, principalmente, o wolof, todas da família nigero-congolesa e reconhecidas como línguas nacionais do Senegal, o wolof é a língua mais falada e a língua nativa da maioria da população no Senegal. A doutoranda da Unemat explica que em Cuiabá MT, região centro oeste do Brasil, os senegaleses se encontram em atividades de comércio informal na região central. “Em pesquisas já realizadas sobre senegaleses no Brasil, destacam-se aspectos socioculturais, econômicos e linguísticos como fatores de inserção. Sendo o domínio da língua fator de maior relevância para o sucesso no país”, explica Áurea.

A doutoranda Nailde Fernandes de Medeiros, orientada também pelo professor Antonio Carlos, está desenvolvendo trabalho de tese com o tema “Preconceito linguístico referente a fala da professora nordestina em Sinop”, onde analisa o preconceito linguístico pela percepção de professoras de procedência nordestinas, referente à sua maneira de falar, em contato com os falares de outros migrantes e nativos no município de Sinop. A doutoranda também faz uma reflexão sobre a Língua Portuguesa no Nordeste, preconceito estigma e estereótipos; os resultados revelam que há preconceito linguístico em relação à fala das docentes.

O quinto trabalho que será apresentado na Alemanha diz respeito ao estudo realizado pela professora doutora Cristiane Schmidt que tem como tema “Pergamote unn Tee hell der Mann in die Ee!”: o Português e o Hunsrück em Contato na Comunidade de Dez de Maio no Oeste Paranaense-Brasil”. Essa pesquisa fundamenta-se nos estudos sociolinguísticos., e visa descrever e compreender o comportamento linguístico de falantes em contexto de bilinguismo, especificamente, de falantes do hunsrückisch como uma língua de imigração e do português na comunidade de Dez de Maio, situada na Região Oeste do estado do Paraná. A pesquisadora apresenta alguns aspectos dessa variedade dialetal no contexto investigado, caracterizando-o como um fato histórico, político e identitário, bem como uma herança cultural trazida pelos imigrantes alemães, mediante exemplos de usos sociolinguísticos. Os dados decorrem das situações de interação em conversas livres e da observação participante e os resultados revelam que, de medida satisfatória, se contrapõem aos estudos sobre a diminuição ou o desaparecimento do uso de línguas minoritárias em comunidades bilíngues.

A sexta pesquisa selecionada é conduzida pelo professor Antonio Carlos e tem como tema “Africanismos e variação linguística em comunidades afro-brasileiras do Estado de Mato Grosso – Brasil”. A análise do professor fala de afrodescendentes em Comunidades Quilombolas de Mato Grosso. Neste trabalho, o pesquisador busca observar a língua em uso na sincronia, em situações e localizações geográficas específicas. Os resultados da recolha de dados de caráter dialetal apresentam características que refletem o português do período colonial, como também evidências sobre o resultado do contato linguístico, para compreender a diferenciação do português falado no Brasil, na heterogeneidade de suas variantes regionais e sociais, em relação ao português falado em Mato Grosso.

As amostras recolhidas pelo pesquisador, destas comunidades de fala, resultaram de processos de mudanças induzidos pelo contato entre línguas, sem fazer dessa variedade linguística uma língua crioula, ou mesmo uma variedade linguística independente de sua língua-alvo, o português standard brasileiro. Os resultados obtidos nas análises das comunidades rurais, apresentaram predominância das variantes [+ afro] em uso real em ambos os sexos. Os resultados das análises na comunidade urbana, permitiu-nos identificar 110 vocábulos de origem africanas, comuns ao universo dos entrevistados”, conta o professor Antonio Carlos.

O professor Antonio Carlos explica que as pesquisas realizadas sob sua orientação contaram com a parceria institucional do Laboratório Sociolinguístico de Línguas Não-Indo-europeias e Multilinguismo da Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul (UEMS).

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