A Universidade Federal do Mato Grosso, câmpus de Sinop e Ministério Público, trabalham juntos para a construção do Centro de Ecologia e Educação Ambiental (CEA) no município, com objetivo de trazer conhecimento aos munícipes. O projeto foi idealizado em 2019 e foi adicionado, no ano seguinte, um Serpentário, que poderá contribuir para pesquisas e em conjunto com entidades como Instituto Butantan e Vital Brazil, produção de soro antiofídico.
As instalações são na sede da UFMT, próximo da área do Hospital Veterinário, terão aproximadamente 700m2, com sala onde serão alojadas as serpentes, uma sala de extração de veneno e uma sala de manuseio de quarentena, para que não sejam contaminadas as serpentes que lá estão. O Ministério Público determinou que todo o valor arrecadado com o pagamento do Termo de Ajuste de Conduta será destinado para essas obras. É previsto que até 2023 o valor total tenha sido entregue e as obras iniciem, uma vez que o termo pode ser pago de forma parcelada.
Em entrevista ao Só Notícias, o professor doutor da UFMT, Domingos Jesus, destacou a grande importância implantação do Centro de Ecologia e Educação Ambiental na cidade, trazendo exposições, treinamentos e capacitação para profissionais da educação. “Irá gerar conhecimento, material aos professores das redes escolares públicas, gerar jogos educativos com material local. Vamos discutir sobre nossa fauna e flora e a importância delas para a comunidade, a importância de répteis e anfíbios para fabricação biotecnológica de produtos, como exemplo, o veneno para produção de remédios fitofármacos”.
O Serpentário receberá os animais para o recolhimento de material, também fazendo a soltura deles em locais apropriadamente afastados da cidade. O material recolhido de animais peçonhentos será enviado aos institutos Butantan e Vital Brazil, para colaborar com a regularização de soros antiofídicos no país, principalmente para a localidade do Sul da Amazônia, que fica localizado no norte do Mato Grosso, onde ocorrem muitos acidentes ofídicos (quando as serpentes se sentem ameaçadas e agem com o comportamento de defesa).
O professor também informou que caso sejam avistados estes animais em locais urbanos, a população pode entrar em contato com a UFMT ou Corpo de Bombeiros para que eles sejam recolhidos e levados de forma segura à natureza ou para o centro de pesquisa.