O deputado federal Carlos Bezerra declarou que a cassação de seu mandato, por unanimidade no Tribunal Regional Eleitoral, na última terça-feira, ocorreu por “feitiçaria”. “Um processo que você não tem nenhuma prova contra. O Ministério Público começa com uma acusação, cai aquela acusação e ele muda para outra dentro do processo. Não tem nada certo né”, rebateu.
Ele questionou a forma da apreciação da denúncia pela Justiça Eleitoral e chegou a citar possível “perseguição política”. A Procuradoria Regional Eleitoral reafirmou em suas alegações finais que Bezerra montou um “gabinete paralelo de campanha vinculado ao partido” para adquirir materiais de publicidade, contrato pessoal, alugar e abastecer os automóveis.
O deputado, que segue no mandato e recorre ao TSE, afirmou que ao invés de desgastes, a situação tem gerado um efeito reverso para sua imagem. Segundo ele, vários eleitores manifestaram apoio ao seu mandato, inclusive para o seu projeto de reeleição nas eleições deste ano.
Bezerra declarou à Justiça Eleitoral ter gastado R$ 142,6 mil de despesas de materiais gráficos mas as provas da investigação indicam gastos de R$ 262,6 mil. “Foram omitidos R$ 92,7 mil 3 somente nessa modalidade, já descontados os materiais de outros candidatos dos respectivos documentos fiscais”, manifestou a Procuradoria Regional Eleitoral (PGE). Foi apontado na denúncia que o mesmo esquema Bezerra declarou gastos com combustíveis, da ordem de R$ 48, 4 jil , enquanto o órgão técnico apurou um gasto bem superior, no valor total de R$ 134,3 mil. “Em outras palavras, o valor omitido foi quase o dobro do declarado, R$ 91 mil”.