O presidente da Federação das Indústrias de Mato Grosso (Fiemt), Gustavo Oliveira, avaliou que a construção da ferrovia estadual Rondonópolis-Cuiabá-Nova Mutum a Lucas do Rio Verde representa um “choque” de desenvolvimento na fase de implantação dos trilhos entre o Sul, capital e Médio-Norte “A chegada da ferrovia não só fortalece a indústria do ponto de vista operacional, como estimula empreendedores em desafios que envolvem a gestão e execução do projeto”, afirma.
“É um sonho de décadas saindo do papel pelas mãos da população de Mato Grosso. A ferrovia não deixará apenas um legado para o transporte de cargas no futuro, ela já começa com a capacitação da mão de obra local e certamente vai gerar muitos empregos ao longo da execução do projeto nos próximos anos”, acrescenta. Somente na fase de construção do empreendimento estima-se a geração de 91 mil empregos diretos e cerca de 36 mil indiretos.
Gustavo, empresários, associações e lideranças do setor público e privado de Mato Grosso participaram do workshop “juntos por Mato Grosso nos trilhos” e a empresa responsável pela construção da ferrovia apresentou o cronograma para obtenção das licenças ambientais, operacionais e fases dos investimentos, além dos desafios que o setor econômico e a classe empresarial terão pela frente para a execução das obras da nova ferrovia. Com 743 quilômetros de extensão, passará por 16 municípios e os investimentos devem chegar a R$ 11 bilhões.
O estudo estima que o volume de recursos que circulará na economia tende a gerar uma onda positiva de R$ 4,9 bilhões na renda do Estado. Desse total, R$ 3,8 bilhões virão da movimentação provocada pelas obras de infraestrutura; R$ 506 milhões serão de serviços especializados de construção; R$ 329 milhões irão para a aquisição de material rodante (locomotivas e vagões) e R$ 240 milhões de atividades ligadas aos setores de serviços.
A equipe técnica da empresa que fará a ferrovia elaborou 2,5 mil estudos de traçados para estabelecer a opção mais viável e sustentável. Foram considerados no projeto os aspectos sociais, econômicos e ambientais. No momento, o EIA/RIMA (Estudos de Impactos Ambientais) elaborado pela empresa, está em análise pela secretaria estadual de Meio Ambiente de Mato Grosso.
“Hoje nós temos apenas um cronograma referencial, uma vez que todas as etapas da obra envolvem licenças ambientais e aspectos diversos ligados à infraestrutura e engenharia” afirma Danilo Veras, gerente executivo de Estratégias e Projetos Regulatórios da Rumo. Nossa expectativa é construir, em média, cerca de 100 quilômetros de ferrovia por ano a partir da emissão da licença de instalação para o início das obras”. A previsão é do trilhos chegaram a Cuiabá em 2025, em Nova Mutum em 2027, e em Lucas do Rio Verde em 2028.