A Polícia Civil concluiu, ontem, o inquérito policial instaurado para apurar os crimes de falsidade ideológica, uso de documento falso e posse irregular de arma de fogo, praticados pelo vereador e presidente da Câmara Municipal de Nova Nazaré (796 km a Leste de Cuiabá), que usava identidade de Marcio Tulio, e foi preso, há 10 dias, na operação Camuflagem, da Delegacia de Água Boa, e executada em Nova Nazaré e Ariquemes (GO). Foram cumpridos mandados de prisão contra o vereador e o seu irmão, empresário em Goiás, investigados por duplo homicídio em 2007, em Ariquemes (RO).
O vereador foi indiciado pelos crimes de falsidade ideológica, uso de documento falso e posse irregular de arma de fogo. Uma cópia do inquérito foi enviada para a Polícia Federal, uma vez que o suspeito obteve o registro de arma de fogo em nome do parente falecido, fraudando o controle de armas do Exército Brasileiro.
Outra cópia do procedimento foi enviada para a Polícia Civil de Goiás, para apurar a emissão das cédulas de identidade e Carteira Nacional de Habilitação (CNH) falsas ocorridas no estado.
Na residência do vereador foram apreendidos armas de fogo, munições, carregadores, maleta de arma de fogo, inúmeros cartões, cheque, RG, carteira de vereador, CNH, entre outros com seu nome falso.
“As investigações apontaram que além de cometer duplo homicídio em outro Estado, o vereador falsificou e fez uso de documentos adulterados para constituir nova vida em Nova Nazaré, e ainda ludibriou os moradores da cidade, usando falsa identidade, participando ativamente da vida política. Ele foi eleito vereador por dois mandatos no município, ocupando atualmente a cadeira de presidente da Câmara Municipal”, informa a assessoria da Polícia Civil.
“O suspeito responde a vários procedimentos criminais, como furto, ameaça, furto de gado, apropriação indébita, posse irregular de arma de fogo, receptação e direção perigosa, além de responder por diversas passagens criminais na cidade Aruanã (GO) por furto em zona rural, lesão corporal, posse ilegal de arma de fogo e receptação”, acrescenta a polícia.
“Após o duplo homicídio em Rondônia, eles foram a Mato Grosso, mas enquanto estavam na cidade de Bom Jesus, o irmão que se tornou empresário em Goiás ainda usava a identidade verdadeira. Entretanto, com a morte de seu primo, com um raio na cabeça, assumiu a identidade do falecido. A certidão de óbito da vítima não foi realizada, assim, o suspeito foi até a cidade de Nova Crixás (GO) e, lá, emitiu outros documentos, passando a usar tal identidade, especialmente para efetuar transações bancárias”, acrescenta a assessoria da Polícia Civil.
A identidade usada pelo vereador de Nova Nazaré também é de um menino falecido, seu primo. O investigado chegou ao município de Nova Nazaré entre os anos de 2011 e 2012, quatro ano depois foi candidato a vereador pela primeira vez, sendo eleito.