A Polícia Civil, por meio da Delegacia Especializada de Repressão de Crimes Informáticos (DRCI) com apoio da Diretoria de Inteligência, apurou que não houve vazamento de prova do concurso da Segurança Pública, realizado no último domingo (20), conforme apontava um vídeo que circulou em redes sociais e na internet. O relatório investigativo foi produzido com base em apontamentos realizados pela Perícia Oficial e Identificação Técnica (Politec) e encaminhado, no final da tarde desta sexta-feira, ao Ministério Público Estadual.
Segundo a assessoria, para apurar os fatos, a equipe da DRCI, junto com peritos criminais do setor de computação forense da Politec, realizou buscas e coletas de evidências digitais na sede da Gerência de Exames e Concursos da Universidade Federal do Estado de Mato Grosso (UFMT). Foram verificadas a infraestrutura de informática (rede e sistemas) e os procedimentos de manuseios e de uploads de cadernos de provas e gabaritos. Também foram examinados os registros do banco de dados da aplicação de gerenciamento de publicações da Gerência de Exames e Concursos da universidade.
A suspeita de possível fraude iniciou com a circulação de um link publicado na internet e em redes sociais anunciando um suposto vazamento do caderno de prova para o provimento de vagas para o cargo de aluno a soldado da Polícia Militar. Segundo as notícias divulgadas, o caderno estaria disponível desde o dia 11 de janeiro de 2022.
A notícia induzia à interpretação errônea de que o caderno de prova para o cargo de aluno Soldado da PM já estaria disponível dias antes da aplicação da prova. Segundo o delegado da DRCI, Ruy Guilherme Peral, a data que aparece na pesquisa não se refere à data de disponibilização do caderno de provas, mas, sim, à de indexação da estrutura de diretórios do site.
“Observou-se que os registros de banco de dados disponibilizados à apuração da Polícia Civil mostram que o caderno de provas em questão foi disponibilizado, na página oficial do concurso somente às 22 horas do domingo (20). Frise-se que, após finalização dos trabalhos periciais pela Politec, será estabelecida e evidenciada a linha cronológica dos eventos”, explicou o delegado.
Conforme Só Notícias já informou, o concurso público realizado diversas cidades para oficiais e soldados policiais militares, soldados do Corpo de Bombeiros, escrivão e investigadores da Polícia Civil, perito criminal, legista e odontolegista na Politec não terá homologação final enquanto as investigações de fraudes não forem concluídas. A decisão foi tomada, ontem, entre representantes do Ministério Público Estadual, da Universidade Federal de Mato Grosso e da secretaria de Segurança Pública.
O trabalho de apuração está sendo conduzido, no âmbito do MP, por três promotorias de Justiça em Cuiabá que atuam nas áreas do patrimônio público, cidadania e segurança pública. A secretaria disponibilizou hoje as informações solicitadas pelo e também colocou a área de Inteligência à disposição para eventual apoio às investigações.
Somente a Ouvidoria do Ministério Público recebeu mais de 100 denúncias sobre supostas fraudes na organização do certame. Quatro pessoas foram presas, em Cáceres, por fraudes ao fazer as provas. Um candidato teria contratado uma pessoa para fazer a prova em seu lugar, a equipe da Polícia Civil chegou a um dos locais e constatou que a pessoa que estava fazendo a prova não era a inscrita no concurso. Outros dois envolvidos foram presos e liberados esta semana.