O empresário Josino Guimarães foi absolvido, hoje, pela morte do juiz Leopoldino Marques do Amaral. O crime ocorreu no ano de 1999 e o corpo do magistrado foi encontrado em Concepción, no Paraguai, próximo da fronteira com o Brasil. Havia marcas de dois tiros a vítima estava carbonizada, contudo documentos foram encontrados, o que ajudou na identificação.
Após três dias de julgamento, a Justiça acatou os argumentos da defesa sobre a falta de provas na acusação. O júri entendeu que Josino não concorreu como mandante do assassinato.
Um primeiro julgamento do caso, que foi realizado em 2011, já havia sido anulado a pedido do Ministério Público Federal. Com a retomada do caso na Justiça, Josino retornou ao banco dos réus e novamente foi inocentado pelo envolvimento no crime.
Josino é empresário no ramo de venda de maquinários agrícolas. Ele mantém endereços em Cuiabá e Rondonópolis. Pouco antes de ser morto, o juiz havia feito denúncias de venda de sentenças no Poder Judiciário e acusado Josino como o intermediador do comércio de decisões judiciais.
Além de Josino, são acusados de envolvimento no crime a escrevente e a então assessoria da vítima, Beatriz Árias, e o tio dela Marcos Peralta. Ela foi condenada a 12 anos de prisão, em maio de 2001. Peralta morreu em uma cadeia no Paraguai, em 2005, sem ser julgado. Ele seria o autor dos disparos.
O sargento da Polícia Militar, José Jesus de Freitas, disse em depoimento que recebeu proposta de R$ 100 mil do empresário para matar o juiz. Jesus foi morto a tiros, em 2003, pelo o ex-cabo da PM Hércules Araújo Agostinho e ex-soldado Célio Alves de Souza, ambos pistoleiros do ex-bicheiro João Arcanjo Ribeiro.
Os restos mortais de Leopoldino foram trazidos para Mato Grosso e enterrados em Poconé. Desde que passou a tramitar a investigação, houve duas exumações para exame de DNA. Conforme informações, o juiz havia sido visto pela última vez próximo a um hotel de Várzea Grande. Ele teria sido sequestrado e o corpo desovado na fronteira.