O idoso, de 61 anos, que é proprietário de uma chácara no assentamento 12 de Outubro, em Cláudia (90 quilômetros de Sinop), procurou os investigadores da Polícia Civil, ontem à noite, para denunciar que sua propriedade e de outros moradores foram invadidas por membros dos Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra.
Ele declarou que, após saber da invasão, acionou outros donos de terras e foram avaliar a situação. No local, encontraram diversos homens em posse de facões, foices e armas de fogo (modelo e calibre não especificados).
O grupo afirmou que parte dos terrenos seria deles. As vítimas chegaram a solicitar a documentação referente às propriedades, mas disseram ser membros do MST e ameaçaram fazer represálias caso tentassem retirá-los.
O morador alegou ainda que uma parte dos envolvidos utilizava tornozeleiras eletrônicas. As famílias que vivem na região temem por uma onda de vandalismo e furtos. A investigação será feita pela Polícia Civil.
Por nota, a direção Estadual negou envolvimento do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra na invasão das chácaras, em Cláudia. Informou “que o assentamento é fruto da conquista do MST junto as famílias que desde o acampamento realizaram a luta pela tão sonhada terra. Ressaltamos que as terras ocupadas pelo MST são latifúndios que não cumprem com sua função social como prevê a Constituição Federal.
“Repudiamos a tentativa de criminalização e o uso indevido do MST para fins pessoais. O MST está organizado em Mato Grosso a mais de 25 anos e sempre lutou pela Reforma Agraria junto a camponeses e camponesas que querem um pedaço de terra para plantar e produzir alimentos saudáveis. Por fim, cobramos da Polícia Civil as investigações e punições os invasores da chácara em questão”.