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Defesa aponta saúde debilitada mas Justiça mantém presa acusada de matar o marido no Nortão

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Só Notícias/Herbert de Souza (foto: arquivo/assessoria)

A Justiça decidiu manter na cadeia a principal suspeita de assassinar Francisco da Silva, 48 anos, com um tiro de espingarda, em fevereiro do ano passado, no município de Cláudia (90 quilômetros de Sinop). A defesa entrou com pedido de conversão da prisão preventiva em domiciliar alegando que a mulher está com a saúde debilitada e necessitava de tratamento médico urgente, incluindo acompanhamento psiquiátrico.

Para a juíza Thatiana dos Santos, no entanto, a defesa não conseguiu comprovar que o estado de saúde da acusada é grave ou delicado e que ela não está recebendo atendimento médico na cadeia. “Verifica-se que a Cadeia Pública está mantendo os atendimentos da ré com o psiquiatra, o qual não atestou a gravidade da situação dela, prescrevendo apenas remédios para controlar os sintomas de crises de choro fácil, angústia, pensamentos negativos. Do mesmo modo, também não se tem a negativa do Estado em disponibilizar os medicamentos ou qualquer atendimento com a ginecologista”, destacou a magistrada.

“É sabido que o sistema prisional não conta com profissionais de saúde em número apto para o atendimento da população carcerária, mas não se vislumbra no caso em apreço que a acusada necessite de cuidados especiais, como internação, não está impossibilitada de se locomover, ou necessite de terceiros para os atos ordinários desta vida, como alimentação e higiene pessoal. Somente em casos extremos é que a prisão domiciliar se torna necessária a fim de garantir a integridade física e psíquica da acusada, sendo que para casos graves, há ainda a medida de internação compulsória em hospital psiquiátrico”, concluiu a juíza.

Em julho deste ano, a Justiça revogou a prisão preventiva de um homem acusado de auxiliar na ocultação do cadáver de Francisco. Ele ficou preso por três meses.

O crime foi descoberto após a acusada ir até a delegacia de União do Sul e contar uma versão falsa. A mulher relatou que havia discutido com o marido e que tinha sido vítima de violência doméstica. Segundo ela, as agressões foram denunciadas à Polícia Militar, o que teria irritado Francisco. Durante uma discussão, segundo essa versão inicial, a mulher alcançou uma arma e atirou no marido.

A Polícia Civil passou a investigar o caso e descobriu, na verdade, que a vítima havia sido assassinada enquanto dormia, versão que acabou sendo confirmada posteriormente pela acusada. A mulher acabou ainda revelando que havia tido ajuda de um homem e uma adolescente de 17 anos para enterrar o corpo de Francisco em uma cova de aproximadamente dois metros de profundidade.

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