Foi sepultado, há pouco, no cemitério municipal de Sinop, o corpo do adolescente de 17 anos, morto na última sexta-feira (31), em uma ação da Polícia Militar. O jovem foi baleado e não resistiu ao ferimento. Ele pilotava uma motocicleta, com um amigo na garupa, e, segundo a PM, não obedeceu à ordem de parada. Ainda segundo a versão dos militares, que será investigada, um deles teria colocado a mão na cintura e feito um movimento como se fosse sacar uma arma.
O menor foi velado no Memorial Luz e Vida, no centro. Familiares e amigos pedem justiça e garantem que o jovem não tinha qualquer envolvimento com o crime. “O que mais dói na gente são esses boatos. Ele, literalmente, estava começando a vida agora. Isso é uma ofensa muito grande para a família. Só queremos justiça. Quem conhece sabe que jamais ele assaltaria alguém”, disse uma amiga da família, que preferiu não se identificar. Segundo ela, o adolescente trabalhava como ajudante de pedreiro e estudava na escola estadual Edeli Mantovani.
No boletim de ocorrência do caso, a equipe policial relatou que foi abordada por uma mulher, no centro de Sinop, a qual contou que havia sido assaltada por dois homens em uma moto de cor preta e “escapamento barulhento”. Além de repassar as características dos criminosos, a vítima, que teve a bolsa roubada, relatou que a dupla fugiu sentido bairro Boa Esperança.
Os policiais iniciaram rondas para tentar localizar os suspeitos. Os militares alegam que, no cruzamento da avenida dos Ingás com a avenida Dom Henrique, avistaram dois homens com as mesmas características dos suspeitos, em uma motocicleta preta. Os PMs tentaram fazer a abordagem, porém, a dupla não obedeceu à ordem de parada e fugiu.
Os policiais relataram no boletim que iniciaram acompanhamento e ainda pediram apoio para outras viaturas. De acordo com os militares, a dupla continuou fugindo em alta velocidade pelo centro de Sinop. Na rotatória da avenida Tarumãs com a avenida Guarantãs, a viatura alcançou a moto, momento em que um dos jovens teria colocado a mão na cintura “como se fosse sacar uma arma”.
Um dos policiais efetuou um disparo, que atingiu o rapaz. Os militares fizeram buscas na dupla, mas não localizaram nenhuma arma. O jovem atingido era o que pilotava a moto. Ele foi levado para o hospital regional, mas não resistiu ao ferimento e faleceu. O outro adolescente, de 16 anos, foi liberado. Segundo a amiga da família, o jovem ficou em estado de choque e não conseguiu sequer comparecer ao enterro do adolescente.
O caso foi relatado à Polícia Judiciária Militar, que ficará responsável pelas providências cabíveis. A versão contada pelos policiais segue sob investigação.